Temos na Escuta Ativa, Matriz de Materialidade e Mapa de Afetos ferramentas de trabalho que norteiam boa parte dos projetos em que atuamos. É através delas que é possível desenhar uma nova realidade, imaginada coletivamente, com quem faz e com quem vive a verdade daqueles territórios. Desse encontro, nasce uma sinergia poderosa, força essa que mantém a Raízes viva há tanto tempo.
Para nós, é fundamental “sonhar junto” com os nossos beneficiados, em todas as etapas, do início ao fim do projeto. Por isso, usamos da Escuta Ativa, da Matriz de Materialidade e do Mapa de Afetos como se fossem nossos órgãos de sentido, sendo – olhos, ouvidos e bocas – desse sistema complexo que são as comunidades e suas vivências.
Escuta ativa: exercício de respeito, empatia e conexão
Um dos princípios da Raízes é ter foco nas pessoas, entender como elas vivem e, principalmente, como elas sentem aquela realidade. Na nossa visão, em todos as iniciativas, é fundamental criar um ambiente seguro, no qual os participantes possam confiar em nós e também uns nos outros.
Para esse momento do projeto, escolhemos trabalhar com a Teoria U, desenvolvida pelo alemão Otto Scharmer, professor da escola de negócios do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets). A metodologia é focada em lidar com problemas complexos, que precisam de uma investigação profunda da realidade para que a mudança aconteça e que envolvem atores de setores diversos.
Falamos mais detalhamente da Teoria U aqui.
Sinergia potente da Matriz de Materialidade
A Matriz de Materialidade é um desenho feito colocando em um dos eixos os interesses da empresa ou instituição proponente e, no outro, os interesses da comunidade do entorno e/ou de outros stakeholders importantes para o projeto. Funciona como um ponto de interseção, onde os interesses dos dois polos se conversam, causando uma sinergia significativa. É nesse encontro que os projetos sociais de responsabilidade social corporativa fluem bem.
Damos como exemplo o projeto da MAC (Minas de Águas Claras), com iniciativa da Vale e execução da Raízes. Nele, nós ouvimos diversos stakeholders, diretores da organização, a comunidade do entorno, pessoas da sociedade civil, poder público, universidades etc. Incluíamos assim, a voz de vários atores com diferentes perfis e papeis, inseridos numa mesma realidade que dividem – mas com olhares e afetos distintos.
Assim, a Matriz de Materialidade busca não somente ouvir, mas mapear o que é considerado importante pelo maior número de indivíduos envolvidos no processo.
Mapa de Afetos que trilha os caminhos do sucesso
O nosso melhor exemplo de bom uso do Mapa de Afetos é o projeto que desenvolvemos no ano de 2019, em Barrão de Cocais, Minas Gerais. Nele, fizemos uma escuta profunda das pessoas evacuadas devido ao acionamento da sirene de segurança da barragem de Gongo Soco.
As atividades desenvolvidas pela Raízes foram compreender e mapear a caracterização dos vínculos e sentimentos da população evacuada com o território e a prospecção de suas expectativas com relação ao futuro. Por isso, a importância do Mapa de afetos. É através dele que conseguimos um diagnóstico qualitativo de como as pessoas se relacionam com o território e também entre elas.
Então, a partir da visão que coletamos através de entrevistas e grupos focais, desenvolvemos uma série de conversas individuais e em grupos. Assim, conseguimos entender melhor o contexto emocional de como aquelas pessoas foram afetadas pela desocupação da área.
Logo, um Mapa de Afetos, nada mais é que um grande mapa feito colaborativamente pelas pessoas que aos poucos depositam uma a uma seus laços, memórias e vínculos em relação a vida que levaram e como se sentem em relação aquele universo. Sendo a partir dali, que a empresa consegue ter uma informação muito mais qualitativa do que quantitativa.
Aqui na Raízes Desenvolvimento Sustentável, agimos como uma realizadora das ações. Uma consultoria, em diferentes níveis, dependendo do que for preciso para alcançar o resultado esperado. Entre em contato para saber mais sobre nossas propostas para o seu negócio!
Foto: Desenho coletado durante o diagnóstico social de Barão de Cocais (MG)