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Uso Futuro da Mina de Águas Claras: desafios de um estudo  com escuta ativa de stakeholders durante a pandemia

Atuar ativamente em uma construção de futuro mais participativa, trabalhando de forma intensa ao lado de pessoas e organizações com valores semelhantes aos nossos, é uma das características que mantém a Raízes viva há tanto tempo. E é exatamente essa sensação que estamos agora, com a finalização do Estudo de Uso Futuro da Mina de Águas Claras (MAC).

Ao longo de 11 meses de projeto atingimos resultados extremamente significativos: foram 13 produtos entregues com 772 pessoas envolvidas no processo, entre profissionais de consultoria, colaboradores da Vale e stakeholders da região – a mina fica em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

É claro que os resultados tangíveis são importantes. Mas o processo colaborativo durante o estudo de uso futuro não ficou restrito a números: o envolvimento das pessoas e a sensação de pertencimento e responsabilidade compartilhada foram além.

“Fizemos um trabalho verdadeiramente integrado com a equipe da Vale. O projeto deu à gente uma oportunidade pra contribuir de fato pra uma transformação, de poder fechar o círculo da mineração. Fomos construindo aos poucos, entendendo as pessoas, engajando as pessoas. Aprendemos na beleza da diversidade: nem sempre é fácil construir, mas fica tão bom quando olhamos o produto final”.

Estas palavras são de Luiza Maia, diretora da Gitec Brasil – empresa que formou o Consórcio Gaia ao lado da Raízes, da Gérance Gerenciamento e Consultoria, BHZ Arquitetura e Gerenciamento e BVP Engenharia. Ao todo, foram 69 consultoras e consultores dentro do consórcio.

Estas cinco empresas atuaram juntas para ajudar a construir um uso futuro para a MAC que gere valor compartilhado junto às comunidades direta e indiretamente envolvidas no projeto. Em resumo: para fazer com que o local em que a Mina de Águas Claras funcionou por mais de 30 anos seja devolvida à sociedade de uma forma integrada ao meio ambiente e com um uso compatível com a realidade da região.

 

A implementação do planejamento de Uso Futuro da Mina de Águas Claras aconteceu durante a pandemia. Ou seja, um desafio a mais. Desenvolver estratégias para o uso do local, alinhado com o desejo e a realidade dos stakeholders, demandava que as pessoas envolvidas confiassem e acreditassem umas nas outras – sem isso, o projeto não teria sucesso.

“Aprendemos a produzir em um mundo pandêmico. Começamos a confiar e a gostar de pessoas que só conhecemos em reuniões via Zoom. Foi um grau de aprendizagem intenso, mas com uma equipe multidisciplinar muito competente conseguimos um ótimo resultado”, explicou Luiza.  

Desenvolvimento local e engajamento de stakeholders

Dentro do escopo do projeto de desenvolvimento local, coube à Raízes liderar quatro produtos específicos:

– Estudo de desenvolvimento local;

– Escuta Ativa de atores externos;

– Planejamento e fundamentos do engajamento;

– Engajamento de atores internos.

Utilizamos nosso conhecimento técnico para cocriar e inspirar as pessoas em cada um desses itens. Colocamos em prática nossa expertise de negócio social para, ao lado das demais empresas do Consórcio Gaia, focar nas necessidades dos atores locais e integrar a visão deles ao planejamento de uso futuro, buscando garantir um resultado mais democrático e uma solução mais abrangente.

Um dos principais fatores do Estudo de Desenvolvimento Local foi caracterizar o território sob aspectos socioeconômico, socioambiental e cultural – era importante entender a vizinhança da MAC, lançando luz sobre as especificidades desse território e às grandes discrepâncias entre as realidades socioeconômicas dos aglomerados subnormais e condomínios de luxo, as paisagens do sudeste (zona rural e áreas de conservação) e noroeste (ocupação urbana intensa e vertical) desse complexo território. Nesse produto também desenvolvemos a análise do turismo como ferramenta de desenvolvimento local e integração regional para a MAC.

A localização da Mina, os vestígios que contam a história da mineração no local, a Serra do Curral e a presença da Mata do Jambeiro, uma área de conservação preservada pela Vale, são alguns dos aspectos que tornam o território propício ao desenvolvimento de um uso de turismo e lazer.

A construção do uso futuro pela Vale ainda continua e haverá novas consultas aos stakeholders para debate sobre as propostas que foram desenhadas. A experiência desta construção participativa foi extremamente rica para o Consórcio Gaia.

E, para nós da Raízes, mais uma vez a comprovação de que o envolvimento das pessoas é fundamental. Mesmo que seja via Zoom, como a Luiza citou. Fica aqui o nosso agradecimento por cada uma das mais de 700 pessoas envolvidas. Sem vocês nada disso seria possível.