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Turismo no Brasil: especialistas falam de suas expectativas para o ano

Por 4 de fevereiro de 2019fevereiro 7th, 2019Artigos

Viagens que trazem aprendizados, inovação descomplicada – a combinação perfeita entre tecnologia e simplicidade –, guias digitais de viagem, interesses turísticos ligados a questões sociais, direitos humanos, igualdade e condições de trabalho. Essas são algumas das megatendências para o turismo no Brasil e no mundo em 2019, com base em uma pesquisa recente divulgada pelo booking.com.

Para tal, eles usaram um banco de dados com milhões de viajantes ao redor do mundo que utilizam o seu serviço. O Panrotas elencou os oito principais tópicos [Vale a pena conferir aqui], mas citamos acima alguns deles que mais tem a ver com o que a gente acredita e pratica. Estão ligados principalmente ao turismo comunitário.

Começamos o ano com os desafios de implementar a modalidade de volunturismo dentro do projeto Dona do Meu Fluxo na Amazônia e co-criar com os empreendedores de Resplendor-MG um destino turístico sustentável. Isso tudo usando a tecnologia para chegar a mais pessoas, divulgar os editais de participação, arrecadar fundos e outras ferramentas para fortalecer a essência do nosso negócio social.

“Estamos muito animadas! Para além desse trabalho em andamento queremos achar formas de impulsionar o turismo em terras indígenas, comunidades quilombolas e outros territórios tradicionais. Acreditamos que o turismo pode contribuir para a permanência e resistência dessas culturas e, em 2019, isso tende a ser ainda mais necessário”, conta a nossa diretora Mariana Madureira.

 

E o que esperam nossos parceiros para o turismo no Brasil?

O mais incrível nessa história é que convidamos alguns parceiros para contribuir com seus depoimentos sem falar das nossas referências e expectativas. Apenas perguntamos, “em poucas palavras, o que você espera para o turismo em 2019?” e veja só o que eles responderam, a seguir.

 

“Espero que o turismo seja um direito, uma possibilidade para todos e uma ferramenta de transformação positiva. Que em 2019 mais gente tenha oportunidade de viajar, de aprender com as experiências práticas, de ver o mundo sob novas perspectivas, de conhecer outras culturas e de ser gentil e humano!”, Gabi Fontoura, fundadora da operadora de ecoturismo Estação Gabiraba, no Pará [que está entre os destinos mais procurados do ano no Brasil, segundo pesquisa do MinTur].

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“Minha expectativa é de um ano difícil por conta das mudanças de governo. Ao mesmo tempo, a melhora da economia estimula os brasileiros a voltar a viajar. Acredito que o aumento da consciência e a busca pelo autoconhecimento aproxime às pessoas da natureza e logo, viajem mais, de forma mais sustentável e responsável”, Marianne Costa fundadora da Vivejar, spin-off da Raízes.

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“Eu espero que reconheçam cada vez mais a importância do turismo para melhorar a saúde das pessoas, para viabilizar a conexão das pessoas com a natureza, que elas se conectem com novas pessoas, novos lugares e vivenciem modos de vida e de interação com a natureza de uma maneira mais saudável (…) Espero que a gente pense com cuidado no aumento desordenado do turismo em destinos importantes do país, como Fernando de Noronha, Ilhabela, etc. (…)

Eu percebo que há aumento no interesse viagens com propósito. Que as pessoas buscam de fato interagir e contribuir com o desenvolvimento local. Sinto que tem um crescente nisso e que a gente (que atua com isso) precisa agir de uma forma integrada para disseminar e potencializar esse bom turismo”, Paula Arantes, colaboradora da plataforma de crowdfunding para turismo comunitário Garupa.

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Elisa Spampinato, colaboradora do Travindy no Brasil, por sua vez, conta que espera “que em 2019 mais pontes possam ser criadas e fortalecidas… Pontes de diálogos entre atores diferentes dentro do turismo, entre turistas e comunidades, entre governos e vozes independentes, para tentar, a partir dos diferentes olhares criar soluções para problemas comuns”.

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Para finalizar, Maria Aparecida de Alcântara, Secretaria Executiva da Rede Tucum diz: “Queremos um modelo de turismo sem contradições, com garantia de políticas públicas que atendam as demandas das comunidades que fazem turismo, que não destroem o meio ambiente, respeitam a fauna, a flora e os diferentes povos e seus territórios. Queremos um turismo sem explorar e com mais oportunidades para as populações tradicionais possuírem o controle efetivo sobre o seu desenvolvimento. Assim, sendo diretamente responsáveis pelo planejamento e gestão das atividades, estruturas e serviços turísticos propostos, integrado à perspectiva de fortalecer a relação entre sociedade, cultura e natureza, com justiça ambiental”.

 

Estão ou não estão alinhados com as nossas expectativas e com as dos viajantes do mundo? Que bom seguir assim! Esperamos mesmo que esse seja um ano incrível e que caminhemos mais e mais pelo resgate com o contato com a natureza e os valores sustentáveis, apesar dos pesares.