Na última terça-feira, lancei uma série de passos para direcionar uma associação forte e efetiva. A nossa experiência à frente da Raízes, com apoio e gestão de organizações do terceiro setor em 10 anos de atuação, são a base dessas lições. São coisas que já comprovamos e que causam impactos diretos na viabilidade de muitas Associações.
Confira agora os itens de 2 a 7 [aproveitei para hiperlinkar alguns cases nossos relacionados em cada item. É só clicar para saber mais!]:
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– Planeje! – Planejar é preciso, em todos os sentidos
Pronto! Decidida a organização e qual seu foco de atuação, é preciso pensar aonde se quer chegar e de que forma. Então planejamento é fundamental! Ele indica o caminho, que fica mais claro e menos complicado também.
E atenção: planejar é importante, mas executar o planejado é ainda mais. Por isso a exequibilidade do que se pretende é tudo!
– Ter metas claras e quantificáveis;
– Dar passos possíveis definidos por todos;
– Distribuir funções e prazos;
– Monitorar resultados e corrigir rumos;
– Não fazer nada no impulso e sair “dando tiro para todos os lados”.
Tudo acima é meio caminho andado. Dispender esforços, tempo e recursos nas reais necessidades, gerando resultados, é a melhor receita.
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Invista na gestão profissional
Articulação de parcerias, conhecimento e cumprimento da legislação, gestão financeira, pesquisa permanente para captação de recursos, elaboração e apresentação de projetos, execução de projetos, prestação de contas, organização interna, prestação de serviços, realização de eventos, comunicação com os associados e com a sociedade, buscar sustentabilidade e independência… Ufa!
Com a gestão de uma associação é assim mesmo. Tudo isso, e ao mesmo tempo.
E como dar conta disso tudo com voluntários?
Por mais que seja necessário e importante o envolvimento de todos, a gestão operacional e o dia a dia das organizações carecem da prática diária e uma boa dose de persistência. Por isso, buscar uma gestão profissional desde o inicio do processo é fundamental. E tem perfil de profissional certo para isso, viu?
Mas atenção: a orientação estratégica e o acompanhamento devem ser feitos permanentemente pelos dirigentes.
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Mantenha clara a relação ganha-ganha
O que eu ganho em participar dessa associação? Essa é sempre a primeira pergunta. Claro, uma organização criada para atender a objetivos comuns precisa gerar resultados, certo? São eles que legitimam a sua criação e reforçam a sua importância junto ao setor que representa. Mas sócio e não sócio têm as mesmas vantagens?
Os resultados devem gerar benefícios claros para os associados, fazendo com que o retorno adquirido seja também o impulsionador da sua ação permanente. E para isso, as atividades dessa organização devem ser definidas deixando claro quais as diferenças para associados e não associados. Essa também é uma forma também de motivar pessoas que ainda não estão dentro da organização a integrá-la e deixá-la mais forte.
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Comprometa-se
O que eu posso fazer pela organização? Essa pergunta, infelizmente, nem sempre (ou quase nunca) acontece.
Ninguém é obrigado a fazer parte de uma organização coletiva. Mas se você escolheu participar e se comprometeu com o grupo, assuma o que se propôs a fazer e contribua com seriedade e leveza. Se não quer mais participar, deixe isso claro ao grupo também. Mas não seja omisso.
Uma das maiores causas de enfraquecimento de uma associação ou organização coletiva é a debandada de participantes quando as responsabilidades precisam ser declaradas, e a falta de compromisso daqueles que se propuseram a trabalhar, mas têm sempre uma desculpa para não se envolver. E o pior: ainda tem aqueles que não participam, não contribuem e estão sempre reclamando.
Portanto, compromisso e comprometimento dependem unicamente de você e sua decisão de ser parte de uma organização forte.
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Respeite as diferenças, compartilhe o objetivo
Não pense que uma organização coletiva dá certo porque todos pensam igual. Não é assim e nem deve ser. A diversidade e a pluralidade de pensamentos é fundamental para que muitas soluções inovadoras venham à tona para criar as soluções que se objetiva.
O importante é todos devem terem mesmo OBJETIVO COMUM como estímulo e orientação para participação. E o deve ser a cereja do bolo é o respeito ás opiniões e às decisões da maioria. Você vai ver como a gente aprende muito mais com quem pensa diferente da gente!
Escutar o outro antes e defender seu ponto de vista com clareza depois é um hábito bem pertinente e construtivo. E faz diferença na hora das decisões. E nos resultados, é claro!
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Repita: “Transparência” é a alma. “Confiança”, o corpo
Uma organização coletiva deve ter princípios e valores baseados na ética e na transparência. Eles devem ser praticados com rigor para gerar confiança mutua e credibilidade social.
Não é raro vermos noticias de organizações que são utilizadas como trampolins políticos ou que naufragam em mãos inescrupulosas. E por que isso acontece? Porque não há participação e compromisso dos associados e nem exigência de práticas de gestão transparentes. E pior, porque há conivência ou simples omissão de sócios e dirigentes com as ações da associação.
A falta de clareza na comunicação entre os associados e o corpo diretivo também é um fator de risco para gerar desconfiança e desagregação. Portanto, sem transparência não há confiança. E sem confiança não há movimento coletivo que evolua.
E aí, o que achou? Compartilhe com a gente a sua opinião para que possamos trazer conteúdos cada vez mais úteis. Até a próxima!
Por Jussara Rocha – fã do movimento coletivo, acredita que embora o trabalho seja grande e longo as mudanças acontecem. Facilitadora de processos coletivos e organizações do terceiro setor, está sempre engajada em algum movimento/causa que acredita impactar o mundo positivamente.