Enxergamos o turismo e sua produção associada como uma forma de incluir pessoas, de agregar negócios ao setor. A nossa visão sempre parte do ponto de vista de valorizar o território, a cultura, de resgatar a história regional, de ser compatível com a conservação do meio ambiente e de gerar um turismo mais humano e integrado com o lugar.
Trabalhamos dessa maneira justamente pelo olhar do turismo sustentável. A nossa perpectiva principal é de fortalecimento de bases. Então, para gerar oportunidades, para que o fluxo turístico gere renda até mesmo para as pessoas mais vulneráveis, precisamos incluí-las nessa cadeia.
E como fazemos isso?
Por meio de ações ligadas ao turismo e sua produção associada que estimulam o artesanato, a gastronomia, a agroecologia e cultura.
São projetos de:
– Empreendedorismo e geração de renda;
– Qualificação empreendedora e modelagem de negócios;
– Desenvolvimento humano e sistêmico;
– Governança de redes.
Para as necessidades de cada território, desenhamos o que será implementado.
Um exemplo é que vemos a artificialidade tomando conta dos lugares turísticos por meio do chamado (pejorativamente de) “industrianato” – que é o “artesanato industrial”. Nada mais que um produto que até parece ser um artesanato, ser de madeira etc., porém que foi fabricado mecanicamente e em larga escala.
Por isso, um dos caminhos é o fortalecimento das práticas tradicionais, do resgate de história. E isso em todas as camadas do setor, incluindo o artesanato. O que faz parte daquele lugar? Uma panela de barro? Utensílios de cerâmica? A tecelagem? Identificamos essa característica e atuamos para que os empreendedores envolvidos tenham capacitação e autonomia para a geração de renda e, consequentemente, o desenvolvimento sustentável local.
Boas práticas
Acreditamos ainda no slow tourism e na agroecologia como a possibilidade de desenvolver o turismo e sua produção associada. Buscamos incluir empreendimentos com boas práticas para fazer parte dessa cadeia de fornecedores, que pratiquem um preço justo, fazendo jus a uma relação compatível com a preservação da natureza.
“Muitos empreendedores ligados à terra (sistemas agroflorestais, de agroecologia e permaculturais) têm muita clareza de como esta abordagem é preciosa para seus negócios, pois vai muito além do cuidado com a terra, mostrando como a produção agrícola pode ser feita com respeito a todas as formas de vida e não simplificação de sistemas.
Os sistemas complexos garantem que a vida resplandeça e que todas as formas de vida sejam contempladas, reverenciadas e estimuladas. Se os consumidores estão atentos para negócios que tenham esta preocupação em suas propostas de valor, é hora dos empreendedores que ainda estão vivendo em um paradigma que não faz mais sentido também despertarem para a riqueza da economias regenerativas”, explica Lucila Egydio, consultora em sustentabilidade e coordenadora de projetos pela Raízes, em um artigo para o Impact Hub.
Que tal saber mais sobre todos os projetos já desenhados e implementados pela Raízes? Reunimos todos eles em uma seção especial do nosso site. Confira aqui!
Foto: Larissa Pedrosa