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Cada território é único e cada projeto também é

“Sou do Mundo, Sou Minas Gerais”. Quando canto Milton Nascimento falando de Minas Gerais, talvez o mesmo orgulho que me preenche o coração de ser destas terras repletas de veredas também me faz pensar que, sendo Minas Gerais um mundo, ainda falta muito chão de terra para eu pisar. Faltam abraços, cafés, doces, tradições, ofícios e povo para conhecer, para só então me autodeclarar ser toda essa imensidão chamada Minas Gerais.

E foi meu trabalho na Raízes que me trouxe aqui agora, de onde eu escrevo, onde eu conheço, ou melhor, experimento mais um território mineiro: o Vale do Jequitinhonha!

O Vale – que me foi contado a vida toda pela aridez e calor – é mesmo um vale belíssimo e, ao que me pareceu, muito rico. Rico no seu povo, nas suas tradições, tropeiros, canoeiros, pescadores, artesãos, lavadeiras, bordadeiras, nas folias, no sincretismo religioso e, certamente, em mais um tanto que eu ainda preciso descobrir. São esses personagens que preenchem a aridez entre as serras que formam o vale, muitíssimo iluminado, do rio que corre cheio de histórias e cultura para o mar.

Começar um projeto novo tem dezenas de desafios. Para fazer gestão de projetos de desenvolvimento territorial usamos uma metodologia, temos domínio de várias ferramentas que nos auxiliam muito no que é prático e também subjetivo, estudamos, especializamos e inovamos.

Poderia listar uma série de ferramentas metodológicas utilizadas em um primeiro trabalho de campo que abre um novo projeto. Inclusive, estou aqui com uma lista de tarefas que contam com preenchimento de algumas ferramentas e análise de outras já preenchidas…

Mas, aqui na Raízes, a gente tem um jeitinho de fazer que vai além das metodologias conhecidas, a gente individualiza: os projetos, os processos e, principalmente, as pessoas.

Então, sigo agora abrindo planilhas para preencher dados, indicadores, metas. Mas, mais do que isso, estou abrindo espaços internos para conhecer e conectar com cada indivíduo que passe pelo Projeto Mãos à Moda nos próximos dois anos.

Porque fazer gestão de projetos na Raízes tem a ver com olhar para cada ator do projeto (os famosos stakeholders das ferramentas de gestão) de maneira individualizada. Sejam nossos parceiros financiadores, nosso time de especialistas e, principalmente, para os nossos beneficiários, enxergando os objetivos do projeto mas respeitando a maneira que cada um envolvido consegue traçar seu caminho.

Estão abertos os trabalhos construídos com e para o território de Almenara, Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais!

Por Marina Claus