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Onde foi parar a solidariedade?

Entre todos os países da América Latina, o Brasil está em último lugar no ranking de solidariedade. Esses são dados do World Giving Index, medidos pela Charities Aid Foundation (CAF), com sede no Reino Unido e que no Brasil é representada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).

Especialistas acreditam que esse comportamento é devido à recessão econômica dos últimos anos, que fortaleceu o individualismo na sociedade. Assim as pessoas estão mais preocupadas em se proteger do que ter comportamentos solidários. Compreensível, porém denota uma cultura de doação imatura por parte dos brasileiros.

No ranking mundial caímos 47 posições de 2016 para 2017. Estamos no 122º lugar, que antes era 75. Houve queda nos três comportamentos:

43% ajudou um desconhecido (antes 54%);

14% doou dinheiro (antes 21%); e

13% fez trabalho voluntário (antes 20%).

 

Solidariedade x sobrevivência

Em ‘Ensaios sobre a economia solidária’, o economista Paul Singer disse que “seria um erro supor que a economia solidária é a única opção de sobrevivência das camadas mais pobres e excluídas das classes trabalhadoras. Não é verdade que a pobreza e a exclusão tornam suas vítimas imanentemente solidárias. O que se observa é que há muita solidariedade entre os mais pobres e que a ajuda mútua é essencial a sua sobrevivência”.

Ele complementa dizendo que essa ajuda é maior entre familiares e/ou pessoas conhecidas. Assim, solidariedade e sobrevivência parecem andar lado a lado, especialmente onde há empatia, o reconhecimento do outro e a identificação do pertencer.

 

Como podemos mudar

Conhecer e apoiar iniciativas é um bom começo. Você pode optar por uma contribuição fixa para uma instituição ou buscar causas para apoiar com certa periodicidade (semanal, mensal, trimestralmente etc.). Algumas plataformas facilitam a solidariedade e a doação, como por exemplo a Garupa, que reúne propostas vinculados ao turismo sustentável.

Esse método, o crowdfunfing, ainda se vale de uma “recompensa” ao colaborador. Nós mesma utilizamos em quatro projetos: o lançamento de embalagens interpretativas da Raízes Artesanato, o Roteiro do Barro a Arte, a organização do II Encontro Turisol e o projeto Guarda Viva.

Nesse momento que nos pede empatia com os mais fragilizados, indicamos saber mais e doar para linda iniciativa do ‘Ninguém fica para trás’.  O voluntariado por sua vez pede quase sempre trabalho braçal e tempo, mas nenhum investimento direto em dinheiro, o que pode ser uma ótima alternativa para tempos de crises financeiras.

A Raízes vai lançar um edital para voluntários que queiram participar dos nossos projetos em 2019. Se inscreva para receber em primeira mão, se tiver interesse pela causa de empoderamento feminino e desenvolvimento de comunidades.

Que tal impactar positivamente uma vida hoje (e sempre)?