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Responsabilidade Social Corporativa (RSC) X Criação de Valor Compartilhado (CSV): o que é melhor pro seu negócio?

Você sabe qual é a diferença entre Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e Criação de Valor Compartilhado (Creating shared value – CSV)? Por definição, Responsabilidade Social Corporativa (RSC) – também chamada de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) ou investimento social privado – é o conjunto de ações voluntárias de uma empresa em prol da sociedade. Trata-se de uma forma de ação autorregulada e integrada ao negócio. A implementação desse mecanismo na empresa envolve ações que podem promover algum bem social, além dos interesses corporativos.

Ela pode ser aplicada, por exemplo:

– Por frentes de filantropia, com doação direta de dinheiro e ajuda para programas de educação, ciências, meio ambiente e saúde.

– Por voluntariado, quando ocorre o engajamento de atividades com funcionários em programas de participação social.

– Por integração, no caso da incorporação de estratégias dentro dos processos empresariais.

 

[Essas frentes foram detalhadas pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e podem ser consultados aqui].

 

A Criação de Valor Compartilhado, por sua vez, é um novo modo de pensar em organizações. O termo é relativamente recente, foi cunhado por Michael Porter e Mark em 2011 e sugere que a competitividade de uma empresa bem como a saúde das comunidades em torno dela são mutuamente dependentes. Considerando isso, a CSV seria uma maneira de redefinir o capitalismo, já que reconhece que as conexões entre o progresso social e econômico têm o poder de desencadear a próxima onda do crescimento global.

Assim, uma difere da outra pois a Criação de Valor Compartilhado amplia e substitui os conceitos comuns à Responsabilidade Social Corporativa.

O conceito de valor compartilhado, em contrapartida, reconhece que as necessidades da sociedade, e não só necessidades econômicas convencionais, definem o mercado. Reconhece, ainda, que mazelas ou deficiências sociais volta e meia criam custos internos para a empresa — como o desperdício de energia ou matéria-prima, acidentes onerosos e necessidade de treinamento corretivo para compensar insuficiências na educação. O enfrentamento de mazelas e limitações da sociedade não eleva necessariamente o custo da empresa, pois esta pode inovar com o emprego de novas tecnologias, métodos, operações e abordagens de gestão — e, como resultado, aumentar a produtividade e expandir seus mercados. (PORTER & KRAMER, 2011)

 

Uma ou outra, o importante é que os princípios sejam empregados de forma legítima, e não por pura estratégia de marketing, discursos vazios que deixam os conceitos esgarçados como tantos outros ficaram depois de certo tempo.

 

Novos tempos exigem novos valores

Há pouco tempo falamos aqui na Raízes sobre o que poderia ser feito para reduzir a desigualdade social no Brasil. As ações práticas são possibilidades de diminuir os impactos negativos do capitalismo tradicional, que ocasionaram, por exemplo, que bilionários ficassem ainda mais ricos durante a pandemia pelo novo coronavírus, enquanto bilhões de pessoas morrem de fome.

Mas sabemos que a mudança realmente acontece quando parte de grandes corporações. Assim, Responsabilidade Social Corporativa e Criação de Valor Compartilhado vêm como uma alternativa para os novos tempos, um novo capitalismo. Uma forma mais humana de se fazer negócios e, ao que tudo indica, a única forma que será viável.

 

 

Outras fontes:

Responsabilidade social corporativa e desenvolvimento sustentável: olhares habermasianos – Fundação Getúlio Vargas (FGV)

Novo capitalismo: criação de valor compartilhado e responsabilidade social empresarial – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Fumec

PORTER, Michael; KRAMER, Mark. Criação de valor compartilhado. Harvard Business Review. 6 janeiro 2011.