Patrocinar um bom projeto não é pouca coisa. É viabilizar um evento, tirar uma ideia do papel e, muitas vezes, transformar vidas. Patrocinar vai além de contribuir financeiramente com um projeto socioambiental, especialmente agora, em tempos colaborativos. Mas qual é o real significado disso?
Abaixo falo um pouco sobre o que os projetos esperam de patrocinadores, e o que essas empresas que escolhem se envolver com propostas significativas para o país recebem em troca.
Ter envolvimento real com a causa
A primeira sensação ao ler o título desse tópico pode soar intensa, mas é claro que uma empresa não precisa mudar o seu core business para ter envolvimento real com uma projeto socioambiental. Um bom exemplo são as fundações criadas por algumas organizações. Elas têm um organismo próprio, que pulsa e funciona de acordo com a causa, mas pertence e, muitas vezes, é até administrada pela empresa.
Mas não é preciso dar um passo tão largo. Bastar ter intenção e destinar um olhar especial ao entorno, a áreas que são caras à instituição, problemas que atingem os funcionários ou mesmo questões mais amplas que permeiam todos nós como as mudanças climáticas, por exemplo.
Muitas empresas hoje envolvem seus colaboradores nos projetos e com isso permite que eles desfrutem do prazer de fazer parte de algo maior – o que se busca cada vez com mais frequência. Pode ser que os frutos colhidos sejam ainda maiores do que se pretendia com as sementes plantadas.
Ter protagonismo no projeto
Há algumas semanas fui finalista do 21º Prêmio CLAUDIA (contei aqui um pouco sobre como foi essa experiência). E entre tantas coisas que me encheram de emoção e me chamaram a atenção, foi a participação ativa e decisiva do patrocinador: a Natura.
Visita de um dia à sede, jantar de celebração, participação ativa das finalistas na campanha da Chronos, maquiagem, cabelo e muitos presentes são só a cereja do bolo. A Natura participa de todas as etapas do prêmio. Inclusive, criou uma nova categoria: Consultora Natura. Ela apresenta sempre mulheres guerreiras que estão atuando na base e fazendo a diferença nesse país.
São sete anos de parceria entre Natura e Editora Abril para promover o Prêmio. Ilustra bem como as empresas hoje não querem “só” viabilizar financeiramente (que não é pouca coisa), mas “colocar a mão na massa”, opinar, estar presente e deixar sua marca – mesmo!
Deixar uma marca positiva e forte
O projeto Tamar é um belo exemplo de projeto socioambiental. Apesar das recentes polêmicas envolvendo a Petrobras – que de forma alguma devem ser ignoradas –, ela é a patrocinadora oficial desta iniciativa que já tem 35 anos.
A principal ação é com as tartarugas marinhas diretamente. Nela, restauram o ciclo interrompido, protegem as desovas, promovem a sobrevivência e a recuperação das populações das cinco espécies de tartaruga marinha que ocorrem no Brasil.
Mas além disso, o projeto Tamar promove iniciativas de inclusão social, promovendo a busca de alternativas de subsistência não predatórias para os pescadores e suas famílias; educação ambiental, conscientizando a população sobre a importância da reciclagem, do racionamento, etc.; entre outras ações.
Quem conhece esse projeto (e quase todo mundo já viu esse trabalho lindo com as fofuchas das tartaruguinhas) tem grande dificuldade em desvencilhar a marca do projeto da marca da Petrobrás.
Deixar uma marca de longo prazo
A Toyota não poderia ficar de fora desse artigo – sou fã assumida! Tivemos o prazer de desenvolver um benchmarking de práticas sustentáveis de comunicação em outras Toyotas do mundo. Nesse trabalho, me apaixonei com fato de que a sede no Japão apoia alguns projetos socioambientais ininterruptamente há 50 anos.
Meio século! E a gente no Brasil fala de “apoio a projetos socioambientais” que duram poucos meses. Precisamos aprender muito sobre o que realmente significa investir em projetos socioambientais com nossos amigos nipônicos.
No Brasil, o apoio ao Instituto Arara Azul começou em 1989. Hoje essa ONG conseguiu não só colocar mais araras azuis nos céus do Pantanal como tirá-la da extinção! É um outro projeto com o qual tivemos muito orgulho de trabalhar! Lembre aqui como foi.
Esses são alguns dos muitos significados do que é ser um patrocinador em tempos colaborativos. E que, como o próprio nome já diz, exigem cooperação real.
E você, tem alguma experiência em projeto socioambiental para compartilhar comigo? Algo a acrescentar? Comente aqui. Vamos prosear!
por Mariana Madureira