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Cozinha afetiva e mulher empoderada podem gerar negócios… e viagens!

Essa história que vamos contar hoje tem a ver com os horizontes da gastronomia na vida de uma mulher empoderada. Conhecemos Glória Honorato, a Glorinha, em meados de 2015, quando demos início ao projeto de Geração de Renda no Morro d’Água Quente, no distrito de Catas Altas, Minas Gerais. O feijão tropeiro dela já era muito famoso na região por seu sabor sem igual, mas faltava algo para que ela desse um passo a mais na vida de empreendedora.

 

Foi aí que os nossos caminhos se cruzaram

O projeto de geração de renda que desenhamos e implantamos com a Fundação Vale previa a cocriação de um empreendimento coletivo: a Feira Sabores do Morro. E Glorinha foi uma das pessoas cozinheiras que fizeram parte do grupo. Ao longo de nossa atuação foram 10 edições do evento!

E, antes, para que ele se tornasse possível, o grupo de empreendedores locais passou por atividades de qualificação: palestras, oficinas, sessões de cinema e seminários, além da participação em eventos externos de Catas Altas, Santa Barbara e Belo Horizonte. Foram muitas ações ao longo de 15 meses.

“Aprendi a atender melhor o cliente, como me portar diante das pessoas, estou sendo mais reconhecida no ramo que escolhi. Sou uma empreendedora!”, conta Glorinha sobre o seu processo de se tornar uma mulher empoderada pelo seu negócio.

 

Para além de Minas Gerais

A conclusão do projeto foi em setembro de 2016. E como estratégia de garantir a permanência dos resultados, propomos e organizamos – com apoio financeiro de parceiros – o 1º Festival Gastronômico Sabores do Morro. O gancho era celebrar um ano da feira, lançar o calendário 2017 e a Rota dos Sabores, um roteiro turístico. O festival teve sucessivas edições até o início das restrições de convívio social por conta da pandemia, em março de 2020.

Em novembro de 2018, Glorinha esteve com a gente em São Paulo para um encontro super especial entre parceiros e amigos. Ela pôde contar a sua história e preparar o seu delicioso tropeiro para a gente e nossos convidados. O dia rendeu um dos vídeos do ‘Cafezim Com a Raízes’ sobre cozinha de impacto. Foi demais!

 

Pelos horizontes do mundo

“Amei! Com certeza quero participar. Vocês são demais”. Foi assim, dessa forma espontânea e amorosa, como sempre, que Glorinha respondeu ao convite de participar da publicação do livro Travel to Brazil, the Cookbook (Viagem ao Brasil, o Livro de Receitas em tradução livre para o português).

A publicação foi idealizada por Polyana Ferreira, outra mulher empoderada, empreendedora de viagens, cozinheira caseira e amante de todas as coisas relacionadas à cultura brasileira. Como ela tem uma agência de viagens focada no público externo, as fronteiras fecharam por conta da pandemia e os viajantes pararam de fazer reservas, ela resolveu escrever um livro. Um livro de receitas.

Já que muitas pessoas têm ficado em casa cozinhando e há muitas histórias para contar, Poly decidiu criar algo que aproximasse os viajantes gringos do Brasil e que instigasse a mente dos curiosos culturalmente – mesmo que não possa vender viagens ainda. Foi aí que o livro nasceu!

Nele, ela compartilha um pouco de sua própria história como imigrante brasileira nos Estados Unidos, sem documentos; fala como isso a levou a ter uma agência de viagens por aqui; conta histórias de pessoas de todo o país; e compartilha receitas de seus pratos favoritos – desde a tradicional feijoada, passando pelo feijão tropeiro da Glorinha e indo até criações exclusivas.

 

Turismo comunitário faz mais pelo Brasil

“Por que turismo comunitário? Porque esse é o tipo de viagem que conta histórias de pessoas que preservam todo tipo de patrimônio e culturas intangíveis no Brasil. Estas são as pessoas geralmente mais vulneráveis ​​no país, mas também as que estão mais interessadas em manter o seu território, em manter a sua cultura viva e se manterem bem”, explica a autora.

Todos os lucros das vendas do livro Travel to Brazil, the Cookbook serão revertidos para projetos que incentivam o desenvolvimento de viagens de base comunitária no Brasil.

Já garantimos a nossa edição. E você?