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Você sabe a diferença entre crise e justiça climática?

Por 7 de julho de 2023agosto 17th, 2023Notícias

A discussão sobre maneiras de reverter as mudanças climáticas ou pelo menos torná-las menos impactantes para as pessoas e para o planeta Terra está cada vez mais latente mundo afora. Já fala-se inclusive em regenerar, revertendo a degradação já ocorrida, que pode ganhar nova vida… Mas isso é papo para outro texto! Antes disso, achamos importante diferenciar ‘crise climática’ de ‘justiça climática’. Você sabe o que significa cada uma delas?

A crise climática vem sendo falada com bastante frequência nos últimos anos. É um conceito mais abrangente que diz respeito a tudo o que vem acontecendo: aquecimento global – com derretimento das geleiras, secas severas, inundações devastadoras, queimadas, tempestades, poluição (do ar, sonora, da camada de ozônio, das águas dos rios e oceanos e até espacial) etc.

A justiça climática, por sua vez, é um termo mais recente, usado pelos movimentos socioambientais “para falar que a crise climática vai além do aquecimento global e da alteração do clima, que não é algo apenas físico e da natureza”, como explicado no Portal da Educação Ambiental do Estado de São Paulo. E, de fato, o impacto não é “apenas” físico e da natureza, também afeta a dignidade, a qualidade e até mesmo ameaça a vida dos seres humanos a depender da condição social – isto no modelo criado para o que conhecemos hoje como sociedade.

Periferias e comunidades tradicionais são as mais ameaçadas

Como diz uma das petições da organização ambiental Greenpeace, “ainda que as mudanças climáticas sejam uma realidade global, suas consequências impactam a população de forma desigual. É nas periferias, por exemplo, que enchentes e deslizamentos ameaçam a vida das pessoas. E é por isso que precisamos falar sobre justiça climática”

Os dados são alarmantes:

No mundo, 2 milhões de pessoas morreram por consequência de eventos extremos e desastres naturais influenciados pelas mudanças climáticas nos últimos 50 anos, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Outras 3 bilhões de pessoas vivem em lugares vulneráveis à crise climática, segundo o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). O Brasil e outros nove países representam, juntos, quase 70% das emissões globais de gases do efeito estufa, de acordo com o site Carbon Brief.

Com base nestes dados e na realidade do que vem acontecendo, a justiça climática pode ser definida, em outras palavras, como a busca pela igualdade de direitos humanos, a luta humanitária por democracia, por melhores recursos e condições sociais, incluindo moradia. E, no Brasil, sabemos que essas condições afetam especialmente as comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caiçaras, pescadores, vazanteiros e dezenas de outros mapeados ao longo de todo o território nacional. 

Leia também: Povos indígenas e quilombolas: 3 motivos pelos quais a demarcação de terras é importante

O que fazer?

Como indivíduo, o Greenpeace convida a apoiar a luta climática e se informar. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sugere ações, entre elas: disseminar informações, fazer pressão política, mudar o meio de transporte, controlar o consumo de energia e adaptar a dieta (reduzindo o consumo de alimentos de origem animal). Veja aqui a lista completa. Mas sabemos que para além das pessoas, os governos precisam tomar decisões e a indústria, definitivamente, mudar. E não daqui a pouco, agora.