A injustiça climática é um tema crítico no debate sobre as mudanças climáticas, destacando como os impactos ambientais são distribuídos de maneira desigual entre diferentes grupos sociais e regiões do mundo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as nações mais pobres e vulneráveis, que historicamente emitem menos gases de efeito estufa, são as mais afetadas pelos impactos climáticos, como secas, enchentes e elevação do nível do mar. Isso cria um paradoxo moral e ético, onde aqueles menos responsáveis pelo problema sofrem as maiores consequências.
Desigualdade social + crises climáticas = injustiça climática
A (In)justiça climática acontece quando o problema da desigualdade social (ODS 10) encontra o problema das crises climáticas (ODS 13). Segundo o Greenpeace, 3 bilhões de pessoas no mundo vivem em lugares vulneráveis à crise climática e 2 milhões de pessoas no mundo morreram nos últimos 50 anos por consequência de eventos extremos e desastres naturais influenciados pelas mudanças climáticas.
As evidências científicas mostram que as mudanças climáticas exacerbam as desigualdades sociais. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca que os efeitos das mudanças climáticas, como ondas de calor, inundações e secas, são sentidos de forma desproporcional por comunidades pobres e marginalizadas. Essas comunidades geralmente têm menos recursos para se adaptar aos impactos climáticos, o que agrava ainda mais a situação.
Entre os grupos mais vulneráveis, encontram-se as pessoas com doenças raras. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo e 13 milhões no Brasil vivam com uma doença rara, enfrentando dificuldades únicas, incluindo diagnósticos tardios, falta de tratamentos adequados e isolamento social.
Segundo a OMS, no Brasil, doenças raras são todas aquelas que acometem até 65 pessoas a cada 100 mil (1,3 pessoas a cada 2 mil). As desigualdades socioeconômicas e de acesso à saúde têm um impacto devastador na vida desses indivíduos. Muitos enfrentam dificuldades para acessar medicamentos e cuidados especializados, resultando em uma qualidade de vida inferior e menor expectativa de vida.
De acordo com diversas fontes e estudos sobre o tema, as pessoas com doenças raras frequentemente enfrentam marginalização social, altas taxas de desemprego e pobreza, além de terem acesso limitado a tratamentos específicos para suas condições. Esses desafios contribuem para agravar as desigualdades enfrentadas por esse grupo vulnerável.
A importância de movimentos como o Catalyst 2030
Com base nestes dados e na realidade do que vem acontecendo, falamos no texto “Você sabe a diferença entre crise e justiça climática?” e voltamos a frisar aqui que a justiça climática pode ser definida, em outras palavras, como a busca pela igualdade de direitos humanos, a luta humanitária por democracia, por melhores recursos e condições sociais, incluindo moradia.
Considerando isso, em 2022, a Raízes passou a ser signatária do Catalyst 2030. Esse movimento global reúne empreendedores de impacto positivo e ativistas sociais de todos os setores, com o intuito de criar abordagens inovadoras para acelerar a implementação dos ODS.
A iniciativa foi lançada em janeiro de 2020 durante o Fórum Econômico Mundial. Hoje, conta com mais de 500 empreendedores sociais, cujo trabalho impacta diretamente cerca de 2 bilhões de pessoas em 195 países. Os membros incluem ONGs, empreendedores sociais, intermediários, financiadores e outros inovadores de mudança social.
Pensar na injustiça climática sendo um problema da desigualdade social (ODS 10) e das crises climáticas (ODS 13) surgiu em meio a um debate do grupo de trabalho da ODS 10 do Catalyst 30. As reuniões do movimento são divididas por ODS e, no último encontro, refletimos o quanto a desigualdade está sendo aumentada pelo problema climático, fazendo com que pensemos os dois ODS juntos.
É hora de agir! A injustiça climática é um desafio moral e prático que exige ação global coordenada. Como parte dos esforços para alcançar a ODS 10, é crucial que nos unamos para garantir que ninguém seja deixado para trás. Através de políticas inclusivas, financiamento adequado e a participação ativa das comunidades afetadas, podemos avançar para um mundo onde todos tenham a capacidade de se adaptar e prosperar diante das mudanças climáticas.
Juntos, podemos fazer a diferença. Vamos trabalhar para construir um mundo mais justo, inclusivo e sustentável, onde todas as pessoas, independentemente de suas condições financeiras e de saúde, tenham a oportunidade de viver uma vida plena e digna.
Vamos nos comprometer a apoiar aqueles que enfrentam desafios únicos a criar um futuro mais seguro para todos?!