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Qual é a importância de indicadores personalizados?

Existe alguma maneira de tornar os negócios mais sustentáveis? Quais indicadores devem ser escolhidos? Já vamos adiantar que a resposta é “sim” e que não há um único padrão. Na verdade, existem diversas possibilidades se usarmos os indicadores personalizados como caminho para um negócio bom para as pessoas e para o mundo.

Nos últimos anos, os conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social têm se tornado cada vez mais centrais nas discussões sobre o futuro dos negócios. A adoção de práticas alinhadas aos princípios de ESG (do inglês, Environmental, Social, and Governance) tornou-se uma tendência entre as grandes empresas por pressões do mercado financeiro, mas muito além de “uma trend”, é uma necessidade. 

Empresas que adotam indicadores personalizados para suas práticas ESG buscam minimizar seu impacto ambiental, se aproximar da justiça social e manter uma governança mais ética e transparente. Mas quando um empreendedor pequeno, por exemplo, se depara com normas complexas, ou quando alguém que ainda não começou o percurso de sustentabilidade tenta tirar uma certificação, pode ser que um sentimento de impotência apareça.

Por isso, afirmamos que contribuir coletivamente para o desenvolvimento, capacitação e qualificação desses negócios é a melhor escolha para nos estruturar com interdependência e suporte mútuo.

Como criar indicadores personalizados ESG para uma associação de empresas?

Ao longo de muitos anos apoiamos associações de empresas de setores diversos, mas sobretudo associações do turismo a se estruturarem e aprimorarem sua governança. Nesse percurso contribuímos para rever a missão, as estratégias e, claro, as evidências de que os caminhos pretendidos estão (ou não) sendo percorridos na forma e no tempo previstos.

Os indicadores são isso – convenções que nos atestam que estamos avançando em um propósito. Sabe aquele ditado “para quem não sabe onde ir, qualquer caminho serve”? Quem trabalha sem metas e indicadores pode chegar em qualquer lugar – ou lugar nenhum!

Quando um negócio genuinamente quer ser mais sustentável – e não apenas dizer que é sustentável, praticando greenwashing – é preciso, em primeiro lugar, ter clareza do que já é feito. Mensurar é fundamental para definir o ponto de partida e demarcar cada passo dado. Além de ser importante internamente, comunicar (baseado no que de fato é feito e não em intenções ou discursos) é um dos pilares principais da governança – a transparência. 

Quando falamos de associações ou coletivos é possível mensurar o impacto de cada um e de todos juntos. A mensuração conjunta motiva cada uma das partes. O resultado coletivo anima os membros e impulsiona a jornada. Mas a pergunta persiste: qual indicador?

Atualmente temos tantos indicadores, certificações, modelos de mensuração que podemos congelar e não seguir pelo excesso de caminhos e as dúvidas que eles nos geram. Muitos desses “caminhos” não se aplicam ao momento de uma empresa ou o formato. Algumas certificações são específicas de setores (como hotelaria, por exemplo) e, nesse sentido, um pouco mais adaptadas. Mas o melhor dos mundos é quando é possível escolher os indicadores que fazem sentido.

Como temos contribuído para a BLTA

No ano passado fomos convidadas pela Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) para uma imersão de três dias para debater sobre os desafios e oportunidades para um turismo mais regenerativo e responsável. Falamos como foi essa experiência no texto “O turismo de luxo é sustentável?”. 

A BLTA é uma associação criada em 2008 para desenvolver o segmento de viagens de luxo no Brasil. Desde então, tem apostado em atividades promocionais no mercado nacional e internacional. O objetivo é apresentar o Brasil de forma inovadora, tendo autenticidade e sustentabilidade como principais valores. Mas como essa sustentabilidade – colocada como premissa desses negócios – pode ser tangibilizada e evidenciada?

Em abril deste ano, participamos de um evento da associação em Itacaré na Bahia. Neste momento iniciou-se o processo de cocriação de um baseline, uma base mínima de práticas que todos os 60 associados do turismo de luxo devem realizar e comprovar.

O conceito de luxo no turismo vem sendo cada vez mais conectado à exclusividade e experiência e menos a opulência ou extravagâncias. Nesse sentido, nada mais coerente que um caminho de sustentabilidade sob medida, desenhado e cocriado com esmero e criatividade.