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Quem busca a comunicação não-violenta?

Nos meus breves contatos anteriores com a comunicação não-violenta, achava que ela era uma metodologia usada especialmente por psicólogos. Na verdade, nem pensava muito sobre isso até que passei a entender mais do trabalho da Raízes na execução dos projetos sociais. E eis que surgiu a oportunidade de participar de uma formação para “Facilitação com o Jogo Grok”, realizada pelos queridos Sérgio Luciano e Laura Claessens, da Editora Colibri.

Sou engenheira ambiental por formação. No meu dia-a-dia no escritório da Raízes, em São Paulo, grande parte das minhas funções é relacionada às questões administrativas, financeiras, de logística e compras dos projetos. O restante da equipe está muito mais em campo. E por isso essa foi uma oportunidade de estar mais perto do cotidiano de quem divide sua realidade profissional comigo.

O perfil

Na noite anterior aos dois dias de curso, eu fiquei me perguntando quem eu encontraria lá. Fiquei surpresa ao interagir com pessoas tão diversas, com diferentes formações e propósitos. Eram psicólogos, coachs, assistentes sociais, uma ecóloga etc. Além disso, trabalhavam com diferentes tipos de grupos, desde grupos de conciliação em tribunais de justiça, crianças em escolas, passando também por facilitadores de grupos em ambientes corporativos.

 

E que jogo é esse que uniu um grupo tão diverso?

Composto por dois baralhos – um com cartas de sentimentos e outro com cartas de necessidades – o jogo Grok é uma forma de praticar a Comunicação não violenta (CNV) e a empatia entre os jogadores e consigo mesmo. Ao longo das horas em que nos reunimos, fomos apresentados à diversas formas de jogar: tanto em grupo quanto individualmente, que podem atender diferentes situações, como a resolução de algum conflito, a aproximação de pessoas e até o olhar mais atento para si mesmo, tentando compreender como alguma coisa mexe com você, que sentimentos traz à tona e quais necessidades estão relacionadas a esses sentimentos.

Para além de um curso de facilitação, minha experiência neste fim de semana foi meu primeiro contato ‘formal’ com a CNV. Apesar de acreditar que a técnica está embutida nas relações interpessoais da Raízes (tanto de consultor com beneficiário e cliente, quanto entre nós, da equipe), eu não sabia exatamente o que era, as noções por trás do nome e como fazer para se comunicar de forma não-violenta.

 

 

Saí do curso não com um bê-a-bá de como me comunicar, mas sim enxergando a CNV como uma técnica que vai muito além de uma prática de diálogo. Sugiro a quem queira entender melhor, que também assista a um dos ‘Cafezim’ que já fizemos por aqui e saiba de alguns projetos nos quais aplicamos o jogo. E para quem quer se aprofundar em comunicação não-violenta e aplicar nas mais diversas áreas, vale a pena essa imersão mais aprofundada.

 

por Marina Camargo

Obs.: a foto princial que ilustra o artigo é de uma das práticas realizadas em nossos projetos.