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Desafio da pandemia: como lidar com a vulnerabilidade social em ambiente virtual?

Por 13 de março de 2021março 15th, 2021Notícias

A resposta para essa pergunta pode ter muitas possibilidades e “formas de fazer”. Mas dando continuidade à série Desafio da Pandemia, nós aqui da Raízes vamos compartilhar a nossa experiência em mais um projeto social no qual atuamos. Neste caso, o maior desafio é a vulnerabilidade social do território. Estamos falando de Periquito, no interior de Minas Gerais.

 

Que tal começar contando um pouco dessa trajetória?

Demos início ao projeto em julho de 2018 por uma iniciativa em busca da equidade de gênero e da geração de renda estruturada pela Fundação Vale. O que foi identificado à época era que boa parte das mulheres vivia de tecer e vender tapetes artesanais na beira da estrada. Porém, a rotina era exaustiva, o preço dos produtos estava abaixo do que deveria considerando o valor agregado e, neste ciclo, elas mal conseguiam os recursos mínimos para uma vida digna.

No decorrer dos meses e anos, elas passaram por:

– Qualificação empreendedora e em design;

– Assessoria para criação de um negócio coletivo e micro negócios em rede;

– Acesso a um mercado mais qualificado.

Além disso, viraram oficialmente o Coletivo Casa do Frufru, com direito a perfis nas mídias sociais: Instagram e Facebook.

 

Chegou a pandemia. E agora?

Em março de 2020, demos início ao isolamento social compulsório por conta da pandemia pela Covid-19. Assim, suspendemos também todas as atividades presenciais no território. Considerando a vulnerabilidade social já existente, tínhamos uma preocupação em como acompanhar esse grupo de mulheres.

O primeiro passo foi orientar sobre a situação, a gravidade da doença e a necessidade de cuidados. Compartilhamos algumas imagens informativas (que replicamos também em outras regiões) sobre: a necessidade de ficar em casa, como produzir máscaras de proteção para uso próprio ou para comercializar, e orientamos sobre como recorrer ao auxílio emergencial.

Conseguimos ainda o apoio da ONG NAAÇÃO, de Belo Horizonte, que fez a elas a doação de cestas básicas. Então, praticamos o nosso entendimento sobre o quanto é importante fortalecer parcerias nesses momentos difíceis.

Em maio de 2020, criamos também a Campanha Com Vida e Arte, com o objetivo de fazer pela internet a divulgação do trabalho delas e de outros dois grupos de mulheres artesãs de Minas Gerais: as Bordadeiras de Ipoema e as Flores do Carmo.

 

Cumpridas as necessidades básicas, partimos para o digital

Com relação as ações previstas para o projeto, a solução também era adaptar, na medida do possível, para o virtual. Àquela altura, as empreendedoras da Casa do Frufru tinham os perfis nas mídias sociais, mas pouco conhecimento ou autonomia para as atualizações constantes que essas plataformas exigem. Elas ainda dependiam muito do suporte da nossa equipe para produzir as fotos e peças gráficas que serviam para divulgação.

O que fizemos? Demos início a uma série de encontros virtuais com orientações sobre textos, fotos e vídeos que elas poderiam produzir e utilizar para potencializar o alcance de seus produtos. Lizandra Barbuto, terapeuta e coordenadora do projeto pela Raízes, conta que elas sempre tiverem muito envolvidas aos processos.

“Essa questão do virtual foi muito difícil, elas tinham muito medo [de errar]. Mas, ao mesmo tempo que isso foi um desafio, isso se tornou uma grande oportunidade, porque elas viram que além de vender presencialmente – em feiras, em ter de estar presencialmente em um lugar ou ter de viajar – existe um mercado enorme nas redes sociais. Viram que poderiam mandar os produtos, ficar conhecidas e divulgar o trabalho em um contexto muito mais amplo, que pode chegar a um nível nacional e – por que não? – internacional. Elas almejam isso”, compartilha Lizandra.

Naturalmente, aos poucos, elas mesmas foram percebendo a necessidade de melhorias tecnológicas. Com isso, dentro do possível pelos recursos, as artesãs foram melhorando suas conexões com a internet, buscando novidades e se engajaram no conteúdo das orientações de marketing digital feitas pela consultora Isabela Lapa.

“Vocês estão sempre aí animando a gente, incentivando a gente. (…) Vocês nunca desistiram de nós e vocês que são de fora acreditaram na nossa capacidade. (…) Eu conheci tanta coisa através de vocês, adquiri tanta experiência. Um olhar que ninguém nunca teve por mim ou qualquer outra das meninas do grupo, vocês tiveram”, disse Elaine Cristina, uma das tapeceiras.

 

O projeto segue para a fase de encerramento tendo cumprido os objetivos iniciais e tendo diminuído os índices de vulnerabilidade social dessas mulheres e de suas famílias por meio da geração de renda. Em breve, compartilharemos mais detalhes sobre outras ações realizadas. Enquanto isso, que tal dar uma olhada no trabalho lindo que elas desenvolvem e, se possível, apoiá-las adquirindo um produto? Para encomendas, entre em contato pelo WhatsApp no (31) 97155-0675.