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Turismo rural e o desafio de empreender: lições do projeto de Cabo Verde

Por 23 de maio de 2016julho 18th, 2016Artigos

Turismo rural tem sido tendência e segmento de oferta para uma demanda crescente em todo o mundo quando falamos de Ruralidade, essência rural, interação com a comunidade, acolhimento, interação e envolvimento com o turista.

Apesar do seu crescimento, este é um mundo que traz grandes desafios quando pensamos em negócios turísticos e empreendedorismo. Em especial nos países que ainda iniciam seu processo de estruturação e desenvolvimento do turismo de maneira geral. É assim no Brasil e não é diferente em Cabo Verde.

Dois países ligados pela história, pela mesma língua e pela afro descendência. Dois países de cultura diversa, de povo generoso e natureza exuberante. Dois países cheios de possibilidades de negócios criativos e diversidade impar para o turismo.

E o propósito do projeto Rota das Aldeias Rurais de Santo Antão em Cabo Verde, no qual a Raízes teve a honra e a alegria de participar em Cabo Verde, foi justamente esse: promover a iniciativa empreendedora e ampliar o portfólio da oferta turística local de forma qualitativa e integrada com foco nos empreendimentos rurais.

A partir dessa vivência em outra realidade, alguns aprendizados foram reforçados sobre os desafios em empreender nesse setor, sobre os quais falamos brevemente nos seis pontos a seguir:

1. O poder público impulsiona, mas é o empresariado que faz acontecer.

Polos de uma eterna e indissociável relação, o estado e a iniciativa privada devem ter clareza de seus papeis na atividade turística, entender que são complementares e não antagônico. Além disso, compreender a importância da interdependência que traz o sucesso compartilhado.

Ao poder público cabe:

– Criar ambiente favorável à atividade empreendedora,

– Fomentar a profissionalização do setor,

– Articular parcerias para ampliar o acesso ao crédito em especial para os pequenos empreendedores e cuidar da estrutura geral dos destinos.

Ao empresariado, cabe de forma autônoma, porém articulada:

– Ofertar serviços de qualidade e estruturas turísticas que atendam a demanda cada vez mais exigente, considerando sua identidade e seus diferenciais.

2. Concorrência é saudável para todos.

A partir do momento que cada empreendedor tem clareza da proposta de valor de seu negócio, os concorrentes perdem o status de inimigos para ganhar o emblema de fonte de aprendizado e inspiração para a melhoria.

Empreendimentos da mesma natureza ganham mercado a partir de seu diferencial e é aí que o olhar para a concorrência alcança esse salto qualitativo! Se tornam parceiros no processo de desenvolvimento e promoção do destino.

3.Ninguém conhece melhor seu empreendimento do que você.

Ao entrar no mercado, o empresário busca inspirações e orientações para estruturar seu empreendimento, muitas vezes vinculados a sonhos e expectativas pessoais. Portanto, se precisar de apoio para ampliar mercado ou ajustar seu produto, profissionais qualificados e experientes podem facilitar o processo. Um consultor não sabe mais sobre seu negócio do que você mesmo.

4.Insistir na governança é o caminho para o sucesso!

Uma andorinha só não faz verão. Um empreendedor sozinho pode até alavancar um destino, mas para se manter com sucesso e com legitimidade, é fundamental que exista uma governança inteligente e baseada em princípios de inovação e cooperação mútua. É a atuação articulada e coletiva que dá forças para que a atividade turística evolua e traga os ganhos esperados. E para isso é preciso entender que a articulação é também uma função importante do empreendedor.

5.Um destino que já está no mapa tende a crescer. Mas…

Santo Antão já está no mapa de uma seleta categoria de viajantes: os caminhantes de alta montanha. Com essa descoberta e sua riqueza de encantos, é natural que venha a ser conhecido por outros perfis que certamente ficarão encantados com as fotos e histórias que verão e ouvirão sobre o lugar. Caso a imagem positiva seja mantida, obviamente os fluxos turísticos serão crescentes.

6.Lições aprendidas e boas práticas devem ser sempre disseminadas.

Quanto mais informamos e trocamos mais nos desenvolvemos. Quanto mais criamos novas possibilidades juntos mais ganhamos. Divulgar as boas práticas de negócios, de sustentabilidade, de governança, de aprendizado, de promoção, de criação de produtos deve deixar de ser um mito e, ao contrário, favorecer os empreendedores e seus destinos.

 

Desta maneira, com essas lições que compartilhamos, esperamos também contribuir com novos e experientes empreendedores.

Entenda também como fomos selecionadas pelo Ministério de Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial (MTIDE) para realizarmos a etapa de formação, e como o projeto foi concluído. Quer saber ainda mais? Mandei um email para conversarmos ([email protected]) e, talvez, até marcarmos um café!

 

Ah, e falando em café, confira um de nossos “Cafezim com a Raízes”, em que falamos sobre o projeto e sustentabilidade.