Violência, desigualdade social, descaso público são, infelizmente, figurinhas repetidas de quem conhece a realidade do Rio de Janeiro. De outro lado, ela é também a Cidade Maravilhosa. Uma das mais belas, que mais movimenta o turismo e atrai estrangeiros ao Brasil, conhecida internacionalmente, inclusive pelo Cristo Redentor. O atrativo foi considerado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade e eleito em 2006 como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
Tamanha grandiosidade e “braços abertos” parece ofuscar uma realidade exposta, que ao mesmo tempo acontece dia a dia, velada. A regressão social é mais do que evidente. Segundo dados da Carta Capital, no Rio, a extrema pobreza dobrou em apenas dois anos. Assim, retrocedendo ao mesmo patamar de duas décadas atrás. A miséria atingia 1,3% da população fluminense em 2014, e passou a afetar 2,9% em 2016. Um total de 480 mil desvalidos.
As informações são de um estudo conduzido pelo demógrafo Paulo Jannuzzi, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE; por Marcelo Vieira, professor-associado da PUC Rio; e pela consultora Daniela Gomes. Foram apresentados em uma notícia que analisa a relação entre a violência e o descaso social.
Mas afinal, considerando todos esses aspectos, o turismo pode contribuir com a sustentabilidade do Rio de janeiro?
São esses e muito mais questionamentos que procura refletir e responder o seminário Turismo, Sustentabilidade e Subjetividades: desafios para políticas públicas do Rio de Janeiro. Mariana Madureira, turismóloga formada pela UFMG, doutoranda do programa de pós-graduação da UFRJ que promove o evento, e diretora da Raízes, vai mediar uma das rodas de conversa que fala sobre Diálogos e Práticas Sustentáveis.
O que vivenciamos no território
Como bagagem, além das pesquisas recentes nas quais tem aprofundado sobre o assunto, Mariana carrega as vivências da Raízes. Exclusivamente para os Jogos Rio 2016, executamos a campanha Passaporte Verde, criada pela ONU Meio Ambiente (antigo PNUMA ) com o intuito de promover a sustentabilidade no turismo. Fomos responsáveis por, entre outras coisas, engajar projetos, iniciativas e empresários a pensar – e botar em prática – como ser mais sustentável em suas viagens.
Entre outras ações, podemos destacar o Favelidade: uma iniciativa do Favela Experience e Atados com suporte do Passaporte Verde. O projeto estimulou e acompanhou a visita de turistas brasileiros e estrangeiros a 10 favelas cariocas. Buscou promover o turismo comunitário e a valorização das periferias da cidade.
Qual a viabilidade de visitar essas favelas hoje, apenas 2 anos depois? É sustentável e seguro falar em turismo nas favelas hoje? E no restante do estado?
Essa e outras questões farão parte deste seminário, que vai reunir academia e sociedade para debater turismo, sustentabilidade e os desafios de políticas públicas e das demandas sociais, . Caso queira se inscrever e participar deste evento gratuito, basta preencher o formulário disponível aqui.
Esperamos que das conexões proporcionadas pelo evento nasçam ainda mais sementes de mudança. Que elas possam semear uma realidade melhor em prol do turismo, da sustentabilidade e das políticas públicas no Rio de Janeiro.
