Skip to main content

Turismo que nasce do território: ascensão do Quilombo Buri

Entre os dias 23 e 25 de outubro, a Raízes Desenvolvimento Sustentável esteve no Quilombo do Buri, em Conde, no litoral norte da Bahia, para uma vivência que marca o início de uma nova etapa para o território. A convite da Associação Quilombola Buri, nos tornamos parceira técnica no projeto “Raízes no Mangue e Futuro Sustentável”, uma iniciativa da própria associação. 

Dentro desse projeto, há um componente voltado ao ecoturismo e ao turismo de base comunitária, que conta também com a participação da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia e suporte do Fundo Casa Socioambiental. Foi nesse contexto que Lucila Egydio e Marina Claus, diretora e especialista em projetos aqui na Raízes, respectivamente, conduziram uma oficina de sensibilização sobre ecoturismo, reunindo cerca de 30 pessoas da comunidade em três dias de escuta, aprendizado e construção coletiva.

 

Primeiros passos para reconhecer o território

A oficina teve como objetivo introduzir os conceitos de ecoturismo e turismo de base comunitária, trazendo reflexões sobre hospitalidade, sustentabilidade, segurança e valorização cultural.

A partir desse diálogo, a comunidade foi convidada a olhar para o próprio território com um novo olhar, reconhecendo seus potenciais e recursos. Juntos, os participantes traçaram um mapa inicial dos atrativos turísticos do quilombo, destacando lugares, pessoas e saberes que podem se conectar à experiência turística.

Entre os pontos mapeados estão áreas naturais como Poças, Cavalo Russo e Cajueirinho, ideais para banho e contemplação, além de referências culturais e talentos locais como cozinheiras, pescadores e guias em potencial. Também foi realizado um ensaio de roteirização para imaginar que tipo de atividades poderiam ser oferecidas e quem seriam os futuros empreendedores quilombolas.

 

Fortalecendo sonhos

O encerramento da oficina foi marcado pelo Círculo dos Sonhos, um momento de partilha em que cada participante pôde expressar o que sonha para o futuro do turismo no território e o que está disposto a construir coletivamente para chegar lá.

A partir desse encontro, o presidente da associação quilombola deve dar continuidade ao processo, aprofundando as ideias, estruturando um projeto e captando recursos para que as próximas etapas possam se concretizar.

Para a Raízes, esse é apenas o primeiro passo de uma caminhada conjunta. A intenção agora é seguir fortalecendo o Quilombo do Buri, articulando novos atores e oportunidades para que, no futuro, o território possa oferecer experiências de turismo autêntico, sustentável e de base comunitária.

No encontro entre o mangue e as raízes, brota a esperança de um futuro possível — um turismo que nasce do território e floresce com ele.