Como reinventar organizações? Agora em março, terminamos mais uma leitura do nosso clube do livro. Essa é a segunda edição e a obra escolhida foi Reinventando as Organizações – Um guia para criar organizações inspiradas no próximo estágio da consciência humana, de Frederic Laloux.
Essa edição do clube do livro contou com uma reunião mensal durante quatro meses e a participação de 10 pessoas, entre colaboradoras e parceiras da Raízes, empenhadas em aprender um pouco mais e debater suas opiniões, traçando um paralelo com o nosso trabalho.
Conectando Reinventando as Organizações à Raízes
A obra de Frederic Laloux explora uma abordagem inovadora para a gestão e organização de empresas. O autor discute como as organizações podem evoluir para um novo paradigma, baseado em princípios de auto-organização, autogerenciamento e propósito evolutivo.
Laloux apresenta uma visão de “Organizações Teal”, que operam de forma mais adaptável, inovadora e significativa do que os modelos tradicionais. Os modelos “Teal” falam de regeneração, de novo contato com a vida, gestão orgânica e humanizada dos negócios, aprendendo com a natureza e com o fluxo da vida.
A obra ainda examina estudos de caso de organizações que adotaram esses princípios e demonstra os benefícios em termos de engajamento dos funcionários, inovação e impacto social. Ele desafia as convenções empresariais tradicionais e inspira os líderes a repensarem suas abordagens à gestão, buscando uma mentalidade mais holística e centrada no propósito.
De acordo com Laloux, a história da humanidade pode ser categorizada em diferentes paradigmas, identificados por uma combinação de adjetivos e cores. Os adjetivos são selecionados com base nas características humanas mais proeminentes em cada estágio, enquanto as cores são usadas para facilitar a compreensão e orientação do leitor ao longo da narrativa. Esses paradigmas são os seguintes:
- Reativo – Infravermelho;
- Mágico – Magenta;
- Impulsivo – Vermelho;
- Conformista – Ambar;
- Realizador – Laranja;
- Pluralista – Verde.
A Raízes se identifica como “Pluralista – Verde”, que são as práticas de organizações que possuem um cunho mais social, como uma cultura orientada por valores, responsabilidade social e o empoderamento dos funcionários.
Percepções de quem leu
“Ele é um livro muito inspiracional de como as organizações podem ser geridas de forma a colocar o propósito no centro”, refletiu nossa diretora Mariana Madureira. Complementa: “nenhum dos estudos de caso apresentados eram organizações 100% Teal, mas organizações com algumas práticas Teal. Nesse sentido, vejo que já temos algumas práticas internas desse modelo e que podemos ir, aos poucos, experimentando a incorporação de outras”.
Enquanto lia e debatia, nossa especialista financeiro Cláudia Gonçalves, destacou a importância de haver maturidade para implementação das práticas de integralidade, faladas no livro, pois a vulnerabilidade no trabalho só pode acontecer quando as pessoas não terão suas fragilidades usadas contra si.
Para nossa consultora Tauana Costa, apesar de serem práticas de difícil implementação, o incômodo de permanecer com a cultura organizacional atual do mainstream (âmbar-laranja) pode estar se tornando maior do que as dores da mudança.
Nesse sentido refletimos que a criação de políticas internas – como a descrita no livro para tratar qualquer ato de invalidação da participação do outro como problema grave – é um primeiro passo. Mas não simples: exige treinamento e sensibilização, prática, ajustes para só então, com o tempo, ser incorporado como cultura.
Aprendemos muito ao decorrer desses quatro meses e, em breve, vamos escolher qual leitura vai ser tema da 3ª edição do Clube do Livro Raízes.
Confira aqui a obra que lemos na primeira edição do clube do livro.