Construir sonhos e motivação para viver o dia-a-dia sem deixar a sua terra para trás. Esse é um dos papeis do turismo rural, que é mais uma forma de resistência dos produtores em se manterem em sua região, com chances de empreender, gerar fluxo de pessoas e, por consequência, desenvolvimento local por meio da oferta turística.
Em Resplendor, Minas Gerais, encontramos uma demanda incipiente, motivada pelo trem da Vale e um cenário cheio de ofertas possíveis. O desafio era gerar renda para a zona rural e desenvolver novos empreendimentos com perfil sustentável. Assim, foram 16 meses acompanhando alguns empreendedores locais desde o mapeamento de possibilidades à criação de novos negócios.
As etapas, uma a uma, você confere a seguir, sobre esse ciclo concluído no último dezembro.
Etapa 1 – Mapeamento
Começar com o mapeamento da região e seu entorno é a premissa chave para desenhar as próximas etapas. Assim, é possível entender a dinâmica local pela perspectiva dos próprios moradores, além de visualizar os seus potenciais produtos turísticos. No caso de Resplendor, fizemos 42 visitas e entrevistas, visitamos e mapeamos 49 atrativos, equipamentos e eventos locais.
Feito isso, foram selecionados seis empreendimentos que receberam suporte e capacitação para potencializar o negócio: Restaurante DIM – Delícias do Interior de Minas, Cachaçaria Dona Bem, Sítio Sabores Marins (Associação Rural Limadouro), Sítio Vale Verde e Sítio Borel (ambos membros da ADEBRAS) e Top Bike.
Etapa 2 – Inspiração e qualificação
O próximo passo foi buscar referências e capacitar os negócios. Uma boa estratégia para isso é o benchmarking, que já falamos bastante por aqui. Neste caso, fizemos quatro dessas viagens de inspiração. E também promovemos 118 horas de formação, visando qualificação técnica para a geração de serviços de qualidade, desenvolvimento de habilidades empreendedoras, gestão de negócios, trabalho em rede e etc.
Etapa 3 – Prototipagem e Inovação de produtos
O passo 3 está diretamente ligada à estruturação dos equipamentos e atrativos turísticos. Depois de toda a capacitação, chegamos à parte de inovação dos produtos e prototipagem, desenhando o que será de fato entregue ao público, com a implementação do Plano de Adequação Turística.
Em Resplendor, essa etapa foi muito bacana, incluiu um workshop de bioconstrução tendo como parte prática a implantação de um banheiro seco e inspirou, por exemplo, a criação imprevista de uma biblioteca com livros que estavam parados, num espaço inutilizado por parte de um dos empreendedores. Tudo isso está bem ilustrado no vídeo-resumo do Programa Empreendedorismo Social Comunitário (PESC) Resplendor, abaixo.
Etapa 4 – Acesso ao mercado
A última etapa, tão importante quanto as demais, é a prática! É fazer acontecer de verdade, abrir as portas dos negócios turísticos que foram criados e dar acesso ao mercado. Fizemos esse primeiro teste com uma fam trip que reuniu quatro operadores de turismo e três influenciadores digitais, além da equipe técnica envolvida ao longo de todo o processo. E os retornos que tivemos foram muito positivos! O grupo e a região estão prontos para caminharem sozinhos.
Nessa etapa também foi criado um plano de comunicação que contou com marca do destino, mapa turístico, folder, este vídeo e este site. Diga se não dá vontade de visitar Resplendor? Então vá! Visite Resplendor!
Este projeto é uma iniciativa da Fundação Vale, com a qual temos o privilégio de ter desenvolvido também outros projetos estruturantes para o desenvolvimento local como Sabores do morro, Flores do Carmo, Bordadeiras de Ipoema e PESC Periquito.
