Há algum tempo a gente vem acompanhando por aqui que, além da Covid-19, temos outro inimigo durante esses tempos de isolamento social: a violência doméstica, especificamente contra as mulheres. É impossível saber ao certo o aumento do número de denúncias e agressões em todo o Brasil. Porém, só no Rio de Janeiro, por exemplo, o aumento de casos havia sido de 50% em março. E as porcentagens e estatísticas aumentam e diferem em cada estado.
Mais do que falar sobre esses números, queremos compartilhar as redes de mulheres que têm se unido para combater essa realidade. São ferramentas digitais que auxiliam a mulher desde identificar se passa por uma situação de violência à fazer uma denúncia para esse período. Confira:
PenhaS
Muitas mulheres só percebem que são vítimas de violência depois de se informarem sobre a Lei Maria da Penha ou após lerem os relatos de violências sofridas por outras mulheres. Com o app PenhaS, desenvolvido pela ONG AzMina, todas podem ter acesso à informação, ao diálogo, apoio e a uma rede de acolhimento. Tudo em um mesmo espaço.
Mapa do acolhimento
Mulheres que precisam de atendimento psicológico ou jurídico em todo o Brasil se cadastram pela plataforma, clicando na opção “Quero ser Acolhida”. Do outro lado, psicólogas e advogadas, mulheres voluntárias, estão dispostas a ajudar da melhor maneira e dar todo o amparo necessário para cada caso. Pelo mesmo canal, é possível fazer doações para manter o projeto funcionando.
Me Respeita!
O app Me Respeita!, disponível para Android, pode ser usado por uma usuária que queira relatar um assédio e/ou cadastrar um contato de emergência por precaução. Para se cadastrar, é preciso colocar um nome e um contato de emergência, que será sempre ativado no caso de necessidade – e se acionado pela usuária.
EscutAção
Como medida de enfrentamento da pandemia covid-19, e zelando pela saúde emocional e mental das pessoas que seguem enfrentando o desemprego, a Cruzando Histórias reestruturou o projeto EscutAção para o funcionar em modo online, alcançando assim pessoas de todo o Brasil! Além da sessão de escuta empática e orientação de carreira, a ONG passou a oferecer Psicoterapia Breve, ciclo de 4 sessões com psicólogo voluntário, para pessoas em forte estresse. Inscreva-se gratuitamente.
As justiceiras
A força-tarefa As Justiceiras atende pelo Whatsapp (11) 99639-1212. Se você está ou conhece quem esteja em um relacionamento abusivo, em situação de violência física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial, indique o número para contato. Basta enviar uma mensagem! A ação foi criada pelo Instituto Justiça de Saia, Instituto Bem Querer Mulher e Instituto Nelson Willians. Oferece orientação jurídica, psicóloga, assistencial, de apoio e acolhimento às meninas e mulheres em situação de violência.
Magazine Luiza
Sim, você leu direito. Pelo próprio app da Magazine Luiza, você pode clicar no menu “Denuncie violência contra a mulher” e ser direcionada a discar ao 180. É uma alternativa de “mascarar” esse contato, simulando uma compra ou consulta online de produto.
Essas são iniciativas em funcionamento, criadas por e para mulheres, e com credibilidade. Lembrando que também é possível contar com o serviço público, oficial e nacional do 180 para pedir ajuda. A Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Ligue 180 – é um serviço de utilidade pública gratuito e confidencial (preserva o anonimato), oferecido pela Secretaria Nacional de Políticas, desde 2005. Basta discar 180!
Esperamos que esse conteúdo chegue a quem precisa e a quem faz parte dessa triste estatística. Enquanto uma de nós continuar sofrendo com essas causas, todas seremos atingidas.