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Meio ambiente: áreas protegidas estimulam a economia e geram lucro, sim, senhor!

“Gigante pela própria natureza”, assim é o Brasil literalmente. Ele figura entre os países megadiversos, um grupo que abriga a maioria das espécies do planeta e é, portanto, considerado extremamente biodiverso. Mas o que, afinal, garante que ele continue sendo assim? Hoje o governo brasileiro protege essas áreas por meio de Unidades de Conservação (UC). Essa estratégia é extremamente eficaz para a manutenção dos recursos naturais em longo prazo. 

A classificação das UCs é dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000), por conta das de suas características especiais. Ou seja, elas podem ser de diferentes tipos entre “proteção total” ou “de uso sustentável”, que por sua vez, inclui subclassificações, incluindo a do extrativismo, que permite agricultura de subsistência e criação de animais de pequeno porte. 

Para entender ainda melhor o quanto esse sistema é complexo, vale a pena conferir a tabela completa de dicionário ambiental disponível no Eco. 

 

E o lucro, cadê? 

Unidades de conservação trazem lucro ou prejuízo ao país? Basta refletir se Fernando de Noronha ou o Parque da Tijuca, no Rio de Janeiro, atraem turistas e consequentemente movimentam a economia. Se sua resposta for sim, então as Unidades de conservação trazem lucro ao país.  

Acontece que esses destinos com extremo potencial turístico são Parques Nacionais, UCs de proteção integral. E são eles que fazem o Brasil ser o que é, com vários órgãos envolvidos no papel de regulamentar essa estrutura, impedindo desmatamento, evitando acidentes ambientas, incêndios , exploração mercantil predatória, etc.  

 

Mas e as empresas, o que ganham com isso? 

Ainda do ponto de vista econômico, as Unidades de Conservação provêm serviços ambientais e oportunidades de negócios por conservarem a sociobiodiversidade. Nós mesmas aqui da Raízes já participamos da modelagem de uma Parceria Público-Privada (PPP) para gestão na Rota das Grutas de Peter Lund, em Minas Gerais. 

O roteiro inclui três unidades de conservação: o Parque Estadual do Sumidouro (no qual se encontra a Gruta da Lapinha); o Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato; e o Monumento Natural Peter Lund (Gruta de Maquiné).  

E nesse contrato de prestação de serviços  o objetivo era o debate sobre como tornar a preservação mais efetiva e transformar o uso público em uma ferramenta poderosa de conhecimento e cuidado com os parques brasileiros. Sabe aquela velha máxima de que só se preserva aquilo que se valoriza e só se valoriza o que se conhece? Então, a visitação à natureza é uma ferramenta poderosíssima de educação ambiental.  

No Brasil ainda há muitos parques sem a estrutura de visitação desenvolvida. Para acelerar esse processo, dando mais oportunidade às pessoas de convívio com a natureza (por um lado) e gerando renda com a natureza preservada (por outro), a gestão dessas áreas por PPP ou a concessão de serviços é uma alternativa. Importante ressaltar que não estamos falando de uma privatização das áreas protegidas. Em ambos os modelos (gestão completa ou concessão de alguns serviços) o Estado segue sendo o responsável por fiscalizar, repassar recursos, cobrar resultados e se co-responsabilizar por possíveis consequências das ações dos concessionários.   

[Confira aqui mais projetos em que atuamos envolvendo turismo responsável, desenvolvimento e a conservação do meio ambiente]. 

A mão que segura todo esse leque de órgãos – além dos já citados, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o IBAMA e muitos outros – é o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ele atua com outros Ministérios, como o do Turismo e da Agricultura, para articular interesses, manter a ordem e gerar economia ao país da melhor maneira possível. Por isso que cogitar a anulação do MMA seria um imenso retrocesso nacional. 

Na Raízes a gente acredita na natureza como uma fonte sagrada para conexão dos indivíduos com suas origens, mas também como uma forma de gerar renda e desenvolvimento socioeconômico desde que planejado em base sustentáveis, claro! E você, concorda com a gente que a floresta vale mais de pé?