Responder às necessidades da geração atual sem comprometer as das gerações futuras. Esse raciocínio deveria ser premissa de qualquer ação e tomadas de decisões em qualquer parte do planeta. E foi com esse objetivo de implementar isso no turismo que surgiu a Carta Internacional de Turismo Sustentável (antes Carta Europeia de Turismo Sustentável), abrangendo aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Essa carta veio de um estudo sobre o Turismo nas Áreas Protegidas realizado pela Federação EUROPARC, em 1993. Dele surgiu o relatório Loving Them to Death, que defende uma forma menos intensiva de turismo que compatibilize e integre os aspetos naturais, culturais e sociais com o desenvolvimento econômico nestes espaços. E, para botar em prática essas ações, surgiu a Carta.
E afinal, o que ela pratica?
A Carta é uma parceria entre a Área Protegida* com todos aqueles que têm um papel preponderante no desenvolvimento do turismo na região, com o objetivo de integrar e nortear os princípios do desenvolvimento sustentável. Seus princípios vão ao encontro das prioridades mundiais expressas nas recomendações da Agenda 21 (adotada na Convenção do Rio, em 1992) e do 6º Programa de Ação Comunitária para o desenvolvimento sustentável.
* Áreas protegidas, por definição do Ministério do Meio Ambiente, “englobam as Unidades de Conservação (UCs), mosaicos e corredores ecológicos, espaços considerados essenciais, do ponto de vista econômico, por conservarem a sociobiodiversidade, além de serem provedores de serviços ambientais e geradores de oportunidades de negócios.
Espaços como os parques, florestas nacionais, mosaicos florestais e as UCs mantidas pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) são responsáveis pela produção direta de parte da água destinada ao consumo humano, bem como impedem a emissão de bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.”
São quatro objetivos principais:
– Conservação e valorização do património;
– Desenvolvimento social e económico;
– Preservação e melhoramento da qualidade de vida dos habitantes locais; e
– Gestão dos fluxos de visitantes e aumento da qualidade da oferta turística.
De Europeia a Internacional
Depois de três anos de articulação e negociações, a Carta Europeia de Turismo Sustentável finalmente chega ao Brasil. Nós, da Raízes Desenvolvimento Sustentável, seremos a empresa responsável por adaptar e implementar o projeto por aqui em parceria com a EUROPARC Federation.
A Carta, muito disseminada em áreas protegidas da Europa, também foi tema de um Congresso (realizado por implementadores da Carta nas Unidades de Conservação italianas). Eles se reuniram em Roma, na Itália, para trocar experiências internacionais em prol do Turismo Sustentável e responsável em áreas protegidas.
Mariana Madureira esteve em reunião com Carol Ritchie, Diretora Executiva da EUROPARC, e o consultor da Federação, Paulo Castro, e conversaram sobre as ações do próximo ano em território brasileiro. Vale lembrar a implementação da CITS no Brasil é inédita por ser a primeira parceria da EUROPARC fora da Europa!
Resta dúvidas do quanto será bom para o Brasil? [Se restar, tudo bem! Vale a leitura desse documento completo].
Em breve, novidades.
Foto: Reprodução/Adamu Trekking