Skip to main content

Investimento social não é tudo igual! Como os bancos praticam

Por 16 de fevereiro de 2018fevereiro 19th, 2018Projetos

Bancos são instituições que armazenam, mas que também geram mais dinheiro no mundo. Acontece que esse superávit trabalha na maior parte das vezes alimentando a desigualdade social, infelizmente. E é por isso que cada dia mais precisamos pensar a contribuição dos bancos para uma sociedade mais equilibrada e saudável.Neste caso, o investimento social ou socioambiental dessas grandes instituições poderia ser uma parte, um primeiro passo para esse caminho. E como?

A seguir, vamos falar um pouco sobre as práticas das principais instituições do país.

 

  • BNDES – está mais ligado ao financiamento de obras e projetos de Fundações ou grandes empresas. Exige investimentos sociais compulsórios como contrapartida para alguns empréstimos empresariais, isto é, o investimento de um percentual do valor emprestado em projetos sociais no território.

Para ilustrar, entre 2013 e 2014, aqui na Raízes participamos de ação de compensação social do Grupo Galvão Queiroz. Ele foi responsável pela construção do Parque Eólico São Bento Energia, em São Bento do Norte-RN. Nosso papel foi capacitar toda a gestão de um centro comunitário multicultural construído na cidade. Apoiamos esse grupo na construção participativa de um Plano de Uso como ele precisava ser: objetivo, assertivo e colaborativo.

A iniciativa do banco é positiva, mas é preciso que cada vez mais as empresas se conscientizem a não ´fazer o mínimo´ ou ´cumprir a regra com o menor esforço´, como já vimos acontecer. Aproveitar essa oportunidade (ainda que compulsória) para deixar um legado no local em que estão pode fazer a real diferença.

 

Um dos nossos parceiros, o CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento) já se beneficiou dessa modalidade. Ele vem desenvolvendo um processo de educação transformadora na vida de crianças e jovens de inúmeras comunidades brasileiras (e de outros países). A história dele é fruto da inquietação e do inconformismo produtivo – e criativo – que reage e propõe um novo olhar sobre a maneira de aprender e ensinar, inclusive já colaboramos para um de seus projetos.

 

  • Bancos Itaú, Santander, Bradesco e outros – costumam ter formas de apoio ou por meio de suas Fundações e para setores específicos. Além disso, instituições privadas vêm investindo cada vez mais em responsabilidade social como forma de gerar valor para suas marcas.

Um exemplo é a Fundação Bradesco que promove a inclusão e o desenvolvimento social por meio da educação. De acordo com o site oficial deles, só nos últimos anos foram aplicados em educação recursos equivalentes a R$ 5,85 bilhões, tendo beneficiado 108.533 alunos somente em 2016. Imagine o poder que essas instituições têm, não é mesmo?

A maioria das empresas ainda opta por realizar investimentos sociais dentro da zona de conforto, construindo centros culturais e creches, por exemplo. É claro que esses espaços são importantes sim, mas muitas vezes as empresas esquecem de investir em fortalecimento do capital social, qualificação e gestão. Assim, acabam entregando obras e equipamentos que serão alvo de disputas no território, conflitos, abandono, furto ou má gestão.

Além disso, aqui na Raízes a gente defende que as empresas passem a ter um olhar mais amplo para o que significa desenvolver territórios. Tradicionalmente, essas empresas investem em educação tradicional ou esportes (o que é ótimo), mas não percebem áreas como o turismo como uma oportunidade.

Defendemos o turismo como uma ferramenta de fortalecimento das relações e do trabalho em interdependência, fomento a vocações naturais e culturais do território, empoderamento de mulheres e geração de renda.

Se você trabalha em uma dessas instituições, que tipo de banco você quer ser?

E você que consome esses serviços, em que banco prefere investir seu dinheiro?