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O que carrega o artesanato? Identidade do indivíduo e do produto artesanal

Artesanato.

Identidade e Indivíduo.
São termos que nos remetem à origem.
Aquilo que é original e único; na identidade e no indivíduo.
Estamos falando da gênese.
Do início de um caminho.
Da formação; da composição; do desenvolvimento; das características e peculiaridades.
De um norte, verdadeiro ou magnético, que tem a função essencial de nortear a existência, a vida.

Na identidade de um produto artesanal não é diferente, uma vez que sua origem é pautada no indivíduo, principalmente em suas mãos, sentidos, usos, costumes, história e cultura. Este indivíduo inserido em um lugar, um solo, uma terra, um grupo, uma sociedade com valores, crenças, tradições, cultura, comunicação, economia, organização e controle distintos.

Esta distinção é que faz toda a diferença, que soma e atribui ao produto uma identidade única, peculiar e inconfundível.

Diante disso as pessoas, assim como os produtos artesanais, são únicas e carregam impressões. Assim como as digitais levam consigo toda a bagagem pessoal. Normalmente os produtos artesanais são oriundos não só de recursos naturais, mananciais abundantes em determinada região do país, como também da cultura daquele povo e lugar.

Durante anos trabalhando em vários municípios mineiros, em projetos do SEBRAE-MG, ora como designer e ora como psicóloga, pude perceber como Criador e Criatura se misturam. Ao fortalecer grupos, pessoas e a autoestima, observava o quanto suas obras estavam sendo buriladas a partir do momento em que seus medos, dificuldades, iam sendo vencidos.

Participei e sigo atuando como Consultora de Designer na Raízes, em projetos nos municípios do Circuito das Grutas, em Ipoema (em breve com informações no site da Raízes), Senhora do Carmo e Periquito. Vi nascer produtos através de diferentes técnicas, criados a partir do resgate histórico e cultural daquelas comunidades, muitas vezes orientada por um olhar singular das histórias de vida que me chegavam de cada grupo em que atuava.

“A mente da gente revive”, disse Cida Honorato, uma das artesãs contempladas no projeto Flores do Carmo. A minha também.

A partir daí ver e rever a criatura, dar acabamento, trocar ideias e ideais. Ver nascer um rico produto e um olhar empreendedor…vender histórias.

Por Maria Luiza Spolaor

 

Aproveite para conferir abaixo algumas fotos dos produtos.