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Turismo sustentável pós-pandemia. O que podemos (ou queremos) esperar?

Por 29 de setembro de 2021outubro 1st, 2021Notícias

O que podemos esperar para o futuro pós-pandêmico? Será que de fato as pessoas estarão mais conscientes ou, pelo contrário, ainda menos preocupadas com questões ambientais, sociais e econômicas? A essa altura da imunização mundial, mais do que as opiniões, os caminhos possíveis parecem se dividir. De um lado, o turismo sustentável pós-pandemia parece estar mais próximo de se tornar uma prática predominante.

“No primeiro ano de pandemia da Covid-19, as emissões de carbono pela aviação diminuíram quase 50% e a emissão de gases de efeito estufa caiu 7% (dados da Carbon Monitor). Cada vez mais companhias aéreas fazem suas experimentações com combustíveis ‘verdes’ e algumas até se comprometeram a serem carbon neutral em 10 anos – algo impensável no começo deste século”, diz um artigo publicado pelo Caderno Viagem, do Estadão, que traz muitos outros exemplos.

De outro, o setor turístico fala em uma demanda reprimida que pode ocasionar fluxo intenso em alguns destinos, mais voos etc. Qual seria o meio termo?

 

O caminho do meio

Como um negócio social, uma empresa do setor 2.5 (união entre características do segundo setor – de empresas privadas e marcado pelo foco em gerar lucro – e do terceiro setor – de organizações sem fins lucrativos e marcado pelo foco em gerar impacto socioambiental positivo), estamos acostumadas com o caminho do meio. E ele já tem acontecido de diversas formas diante deste novo normal.

Tanto profissionais quanto empresas perceberam que muitas atividades podem acontecer virtualmente, à distância. Em outro aspecto, essa afinidade com o digital também fez valorizar a importância do presencial para a criação de laços de confiança, para estabelecimento de afetividades e outros aspectos. Por isso, a tendência é o caminho do meio: que tanto os espaços físicos – escritórios menores, temporários, coworking etc. – quanto as formas de conexões com o trabalho sejam no formato híbrido.

A pandemia pode ter servido de algum modo para deixarmos de normatizar o deslocamento. Como humanidade, estávamos em um ritmo bem frenético e fomos obrigados a, de um momento para o outro, modificar (ou até mesmo pausar) tudo o que estávamos acostumados a fazer. Essa consciência do custo do deslocamento, seja pelos impactos ambientais ou também pelo desgaste das pessoas envolvidas, pode fazer com que o setor turístico se torne menos quantitativo e mais qualitativo.

Esse olhar sobre a qualidade, sobre o tempo, de revisar a necessidade de deslocamento e de se aprofundar em cada ocasião vem sendo discutido há muitos anos no âmbito de viagens de lazer, desde que surgiu o slow travel. Essa modalidade de roteiro busca proporcionar uma experiência mais calma e desacelerada aos viajantes – e tem atraído cada vez mais pessoas interessadas. (Confira aqui um relato desse tipo de viagem escrito pela diretora da Raízes, Mariana Madureira, para o Impact Hub).

 

Turismo sustentável pós-pandemia?

Talvez seja cedo para ter respostas definitivas. O setor turístico sempre trabalha com tendências e esse é o movimento atual. Durante o pico da pandemia vimos surgir inovações no campo das viagens virtuais no Brasil, com destaque para o roteiro de imersão ribeirinha na Amazônia, Conexão Baré, operado pela Braziliando (@brazilian.do) e a Vivência Kaonge, roteiro quilombola no recôncavo baiano operado pela Conectando Territórios (@conectandoterritorios).

Mas não há dúvidas de que as pessoas sentem falta da viagem presencial, da experiência de estar em outros lugares, de conhecer novas culturas e interagir entre si. Mas notamos – e acreditamos – que o caminho do meio é ser mais qualitativo, mais lento, mais experiencial, híbrido e mais sustentável!

 

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