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Afinal, o que é turismo científico e qual a sua importância?

Já falamos por aqui de algumas modalidades de prática do turismo, como o turismo de base comunitária (um modo de fazer) e segmentos como o etnoturismo, turismo de natureza e muitos outros. Faltava ainda falar e trazer mais detalhes sobre o turismo científico. Você conhece e sabe da importância dele? 

O turismo científico tem o principal objetivo de produzir conhecimento nas mais diversas áreas. Ele é feito por pesquisadores, estudantes, cientistas e todos aqueles que queiram ganhar conhecimento enquanto visitam um lugar, tendo participação passiva ou ativa na geração e disseminação do conhecimento. Esse turismo é reconhecido pelo SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) como uma das estratégias de visitação de baixo impacto em parques naturais.

Uma curiosidade: essa prática, na verdade, é bem remota, e um dos nomes mais conhecidos adeptos do turismo científico, se assim pode dizer, foi o famoso biólogo Charles Darwin. De acordo com a Revista Balbúrdia, da Universidade de São Paulo (USP), Darwin passou cinco anos viajando pela costa da América do Sul a fim de atualizar as cartas náuticas britânicas, mas ao chegar aqui, se deparou com uma infinidade de espécies e subespécies de animais que ele nunca tinha visto. O resultado disso foi a revolucionária Teoria da Evolução. 

Cases de sucesso no Brasil

A junção do turismo científico e do ecoturismo pode envolver, por exemplo, os conhecimentos sobre a sociobiodiversidade local. Em alguns casos, esse conhecimento pode ser voltado para um objeto específico, como por exemplo o conhecido Projeto Tamar. A iniciativa é uma instituição privada, sem fins lucrativos e co-executora do Plano Nacional de Ação para a Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil, do ICMBio/MMA.

Presente em 23 localidades em oito estados brasileiros: Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, o projeto desenvolve ações de pesquisa, manejo e proteção das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil. Além disso, tem atividades de envolvimento comunitário, inclusão social, sensibilização e educação ambiental, valorização da cultura local e gera oportunidades de trabalho e renda.

Aqui na Raízes, pudemos contribuir com iniciativas que abordam o turismo científico como uma de suas estratégias em 2021 no projeto de mentoria de negócios para o Turismo + Sustentável, em 2022, com o programa de Aceleração de Negócios da Sociobiodiversidade, e lá em 2013, com o Instituto Arara Azul. Em breve, traremos mais conteúdos sobre o tema, compartilhando as vivências de quem está à frente desses projetos.

Contribuindo com a história da humanidade

Muitos monumentos fazem parte da história da humanidade e atraem todos os anos milhares de turistas curiosos para saber sobre eles (em uma modalidade de turismo cultural) ou estudá-los com mais profundidade (no turismo científico). O Coliseu na Itália, a Acrópole de Atenas na Grécia, as pirâmides no Egito, são alguns exemplos. Aqui no Brasil, também temos lugares que mostram evidências de civilizações antigas e que são abertas ao público, a fim de levar conhecimento sobre a nossa história.

O Parque Nacional Serra da Capivara é um desses locais. Localizado no estado do Piauí, foi criado em 1979 para preservar vestígios arqueológicos da presença do homem na América do Sul datada da era pré-histórica. Sua demarcação foi concluída em 1990 e o parque é zelado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Os registros rupestres são evidência tangível da riqueza das culturas dos povos do passado pré-colonial brasileiro. Tanto o Parque, quanto o Museu do Homem Americano – também situado no Parque Nacional Serra da Capivara – estão abertos para visitação com o intuito de apresentar lindas paisagens naturais, compartilhar a história da humanidade, além de disseminar conhecimento sobre a história do local e o processo de descoberta desses registros, bem como as ações de preservação que têm sido feitas.

É importante ter em mente que reconhecer o Patrimônio Científico de uma região e torná-la acessível à sociedade como possibilidade turística pode ser uma estratégia importante para o incremento social, educacional e econômico. Por isso, a importância de fortalecer essa atividade e apresentá-la cada vez mais como uma opção incrível de turismo!

E vocês, já conheciam esse tipo de turismo?

 

 

Foto¹: Reprodução/G1 – Pedro Santiago

Foto²: Reprodução/Projeto Tamar

Foto³: Reprodução/Freeway Viagens