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Conheça as bordadeiras de Ipoema beneficiadas por projeto social de economia criativa

Mãos que bordam ipês, flores canela-de-ema, beija-flores-de-gravata-verde, endêmicos da região de Ipoema, que faz divisa com o parque da Serra do Cipó, a cerca de 90 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Mãos que bordam sua identidade, sua cultura, sua tradição. São 13 as mulheres que fazem parte do Coletivo Bordadeiras de Ipoema, resgatam e potencializam sua história e, agora, expandem com potencial para o mundo por meio de um projeto social que envolve economia criativa.

Nos últimos dias demos início a mais esse incentivo validado pela Fundação Vale. As bordadeiras vão passar por um processo mais ativo e efetivo de formação e qualificação para o empreendedorismo. O grupo vai ter orientações de design, palestras e oficinas técnicas de bordado contemporâneo e tradicional, e mais. Também vão criar uma coleção própria a ser comercializada depois de todas essas etapas de capacitação, bem como dar continuidade à coleção junto com as artesãs do distrito de Senhora do Carmo.

“A iniciativa fortalece a valorização dos saberes locais, contribuindo com a transformação de um saber tradicional que está recriando uma forma de se colocar no mercado. Os produtos têm características de tendência no mercado, são acessórios, utilitários, mas ao mesmo tempo trazem essa marca da identidade da região”, conta Jussara Rocha, coordenadora do projeto pela Raízes.

 

Dois projetos, uma afinidade

Desde maio de 2018, as bordadeiras tiveram algumas ações conjuntas com o Flores do Carmo Tecelagem Artesanal. Justamente encontramos esse grupo à época com o objetivo de fomentar a inserção produtiva e agregar valor para os produtos das tecelãs do Carmo. Ao mesmo tempo, a fim de ampliar a cadeia produtiva do artesanato e da economia criativa regional unindo a tecelagem e o bordado.

Assim, deu-se origem à coleção Tropeirismo, com um dos produtos sendo necessáries bordadas pelas mulheres de Ipoema. Desde então, elas participaram da Feira Nacional do Artesanato, do Salão Nacional de Brasília e têm participado juntos de feiras regionais e feiras estaduais. Além disso, as criações também estão disponíveis pelo site e podem ser enviadas para qualquer lugar do Brasil.

Os grupos se integraram, mas ao mesmo tempo cada um tem vida própria. E isso é muito importante para dar densidade a essa cadeia produtiva da economia criativa.

“É um projeto de equidade, projeto de mulheres. Mulheres que se fortalecem e começam a enxergar que o apoio mútuo e a sororidade é importante entre elas, que elas são capazes de gerar renda, de fazer do seu ofício (que antes podia ser apenas um hobby) uma possibilidade de mudança real e de conquista de sonhos. Então, elas se reposicionam, elas se acham mais capazes e fortalecidas, e isso é fundamental para que possam vez mais motivar outras pessoas, mulheres, meninas. Elas mostram que são capazes de inclusive trazer um impacto muito positivo para a comunidade local, gerando renda, desenvolvimento e visibilidade para a região”, finaliza Jussara.

Traremos novidades por aqui conforme o andamento das ações. Acompanhem com a gente!