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Inovação para o seu produto em uma letra: “U”

Mudar. Mudança. Melhorias. Inovação. Essas palavras ganham uma proporção assustadora quando falamos em negócios – especialmente quando elas precisam acontecer. Quando um projeto tem de lidar com essa fase de transformação, a reação é quase sempre a mesma: dar respostas que você sempre utiliza para perguntas que nunca antes foram feitas.

É aí que entra a teoria U. A essência da teoria U é de que precisamos esvaziar para encher de novo. Um dos grandes problemas ao tentarmos resolver questões e criar alguma coisa é que sempre chegamos com o que já conhecemos. Aplicamos tudo o que sabemos e o espaço para a inovação vai se esvaindo.

 

A (teoria da) Teoria U

Com foco nos negócios, a Teoria U “apresenta uma nova lente para olhar a liderança e a gestão, e também um tipo de metodologia. Como lente, observa a liderança e as habilidades sociais de um ponto de vista profundo, que não só leva em conta o que fazem os líderes e como o fazem, mas que enfoca algo que não tinha sido contemplado pelos teóricos: o lugar de onde atuam”. Foi desenvolvida ao longo de quase 15 anos por Otto Scharmer.

O grande diferencial dessa metodologia não é a criação em si, mas é o esvaziar para, a partir daí, criar – de um lugar mais limpo. É criar estando realmente aberto para algo novo. Se você apenas repetir um padrão, não irá realmente deixar emergir alguma coisa nova.

A teoria U pode ser aplicada nos negócios/projetos porque é uma teoria que ajuda a inovar. Então, para qualquer coisa que você queira fazer diferente do que você sempre faz, é uma teoria que te ajuda com essa inovação.

 

Como toda teoria não é nada sem a prática, a U também exige aplicação para acontecer. Logo, ela te ajuda a parar, respirar, esvaziar, deixar ir aquilo que você acha que você sabe, todos os seus preconceitos, as suas ideias pré-concebidas. Ela abre a sua mente, o coração, a sua vontade para criar algo novo, seja sozinho ou principalmente em grupo.

 

Quebrando as barreiras do ego

E por falar em grupo, com três pessoas ou mais seu aproveitamento é ainda mais válido. Sabe por quê? Muitas vezes, nós humanos ficamos competindo para quem vai ter a ideia implementada e nos esquecemos de olhar para a criação em si, para o objeto que está sendo pensando. Ele, o produto, o objetivo, é que deve ser o foco e não a sua vaidade, o seu ego, a sua opinião predominantemente.

Assim, com essa metodologia, quando você junta as pessoas e ajuda a fazer com que elas esvaziem para começar uma coisa nova juntas, você consegue eliminar ou pelo menos minimizar essa concorrência. O exercício é: “vamos todos abrir mão das nossas ideias. Vamos limpar e começar a criar uma coisa nova juntos”.

 

É fácil? Não!

Falando assim até parece fácil. Mas é realmente uma construção para a desconstrução. O ser humano é muito apegado às suas próprias ideias, aos seus conceitos, àquilo que sabe. É complexo, mas é muito importante conseguir com que o grupo abra mão do que já sabe para criar uma coisa nova junto.

 

Por fim, um pouco de prática

A Raízes aplica bastante a Teoria U em seus projetos. Às vezes aplicamos em partes – não necessariamente é a teoria central. Mas nos nossos processos de cocriação, utilizamos a Teoria U para criar o campo ideal até chegarmos num ponto interessante e prototipar juntos, gerando inovação. Aplicamos quando nos reunimos com comunidades, com membros de uma rede, de uma associação, ou mesmo líderes e colaboradores de um negócio.

Na Guarda do Embaú, em Santa Catarina, fizemos isso para criar o campo de desenvolvimento. Já o projeto Sabores do Morro e nossas ações com as Tecelãs de Senhora do Carmo, ambos em Minas Gerais, são exemplos de processos mais longos, nos quais chegamos a passar meses na desconstrução – e outros tantos na (re)construção.

O que notamos é que cada vez que aplicamos dessa forma mais estruturada – sob a lente que cita Scharmer – mais duradouros são os resultados.

 

E o seu negócio, como anda? Será a hora de passar pela inovação U?

 

Crédito da imagem: Reprodução/No vazio da onde. O grafite do gif é do artista de rua espanhol Pejac. Foi transformado em gif, e o retiramos originalmente deste link.