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Desafio da pandemia: inclusão digital na melhor idade

Como sociedade fomos impactados pela pandemia de maneiras diferentes. Alguns mais, outros menos. Mas todos fomos impactados. E por isso, resolvemos compartilhar por aqui alguns dos desafios que vivenciamos com os grupos beneficiados pelos projetos sociais que a Raízes atua, a começar com a inclusão digital para as Bordadeiras de Ipoema.

 

Um pouco da nossa história juntas

Nosso contato com essas mulheres começou lá em 2018, quando conhecemos o grupo e convidamos o Coletivo de Bordadeiras de Ipoema para agregar valor a alguns produtos da coleção Tropeirismo das Flores do Carmo Tecelagem Artesanal. Em maio de 2019, elas de fato ganharam o próprio Programa de Empreendedorismo Social Comunitário (PESC), promovido pela Fundação Vale.

Desde então, auxiliamos com a formação e a qualificação das artesãs para empreendedorismo; demos orientações sobre o design dos produtos; e realizamos palestras e oficinas técnicas de bordado contemporâneo e tradicional. As Bordadeiras de Ipoema também criaram uma coleção própria que, depois das etapas de capacitação, passou a ser comercializada. Além disso, o grupo segue a parceria com as tecelãs do distrito de Senhora do Carmo, dando continuidade à coleção criada em 2018.

Parte das orientações envolvia a inclusão digital, consultorias de comunicação, para que elas pudessem desenvolver autonomia, ter visibilidade também nas mídias sociais e vender as próprias peças para além da região de Ipoema, em Minas Gerais.

 

Surgiu o desafio

Grande parte do nosso trabalho em projetos de geração de renda são as atividades presenciais em campo. Essas atividades são importantes, pois fortalecem nossa relação com o grupo, possibilitam um atendimento mais assertivo e nos leva a conhecer a realidade diária das pessoas com as quais estamos nos relacionando.

Com a pandemia, todas as atividades presenciais foram suspensas. E mesmo Ipoema estando bem próximo a Belo Horizonte – onde vive parte da nossa equipe –, as Bordadeiras de Ipoema compõem o grupo de risco.

Sendo assim, como explica Isabela Braichi, a gestora do projeto, “foi necessário adaptar os encontros para o formato online – um grande desafio no começo, já que muitas não tinham familiaridade com as ferramentas. Mas, no final do projeto, conseguimos reuni-las e esse se tornou um instrumento muito rico de troca e que possibilitou muitos reencontros”.

 

E qual foi a solução? Inclusão digital!

Sempre no acompanhamento do grupo à distância, no segundo semestre de 2020 foi definido que parte do investimento de capital semente fosse para a aquisição de quatro tablets que elas usariam coletivamente. Desta maneira, poderíamos auxiliar no acesso às mídias sociais, no registro dos produtos e no contato com os possíveis clientes.

De São Paulo, a nossa consultora de comunicação do projeto Carolina Paiva foi responsável por parte da inclusão digital. Ela apresentou para o grupo as diferentes plataformas digitais via videoconferência.

De Minas Gerais, ao lado das bordadeiras e seguindo todos os protocolos de biossegurança, Isabela ficou responsável pela parte prática da oficina: “todas estiveram abertas a aprender, apesar do medo de fazer algo errado. Mas quando conseguiam fotografar e postar no Instagram por exemplo, ficavam extremamente satisfeitas!”, conta.

 

O que as beneficiárias dizem

“Acompanhar o projeto na pandemia foi ótimo. Foi bom, porque assim, a gente não perdeu tudo o que a gente imaginava, esperava, né? Por outro lado, ficou um pouco no ar, porque uma hora a gente estava na roça, a internet não ajudava. Mas foi muito bom a gente estar junto de qualquer forma, longe ou perto. Foi ótimo estar acompanhando pela internet. A gente viu, graças a Deus, que deu resultado, está dando! Essa pandemia não ajudou muito a gente, mas também a gente não ficou a ver navios. Nós ficamos bem”, conta Maria Neves, 67.

“Carol, obrigada por você ter sido maravilhosa conosco. Você é muito competente no que faz”, diz Maria das Graças, a Graça, 63.

“Obrigada por tudo! Graças a vocês que nos ajudaram nesta conquista, eu tenho muita gratidão por todos vocês. Abraços a todos”, compartilhou Maria da Conceição, a Maria Pequena, 59.

 

Siga as Bordadeiras de Ipoema no Instagram!

 

A conclusão do projeto com a colaboração da Raízes aconteceu no último mês de dezembro. Em homenagem, preparamos um vídeo de encerramento. Confira.