Um sentimento reconfortante é o de dever cumprido no final de cada projeto concluído. E é com esse sentimento que encerramos mais um ciclo na comunidade de Barão de Cocais, em Minas Gerais. Neste território, realizamos durante dois anos o projeto de Desenvolvimento Territorial e Transformação Social.
Promovido pela Vale, o projeto abrangeu as comunidades da Zona de Auto Salvamento (ZAS) que conta com os municípios de Socorro, Piteira, Tabuleiro e Vila do Gongo. Foi uma jornada incrível e inspiradora, que começou lá em setembro de 2021 com a primeira fase durando cerca de um ano e que tinha como objetivo fortalecer o empreendedorismo feminino e a equidade de gênero, através da economia criativa.
Outro interesse era fortalecer a Associação Comunitária de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, para a construção participativa de atividades e desenvolver um planejamento rural participativo. Por isso, foram desenvolvidas ações de inspiração e formação empreendedora com incubação de negócios selecionados, além de iniciativas coletivas.
“Nesse processo, a gente teve as etapas de formação, inspiração, trabalhamos muito a questão da gestão do negócio, da comunicação digital, de como colocar o produto no mercado. Também com o processo da incubação e com a aplicação de capital semente, ajudamos a estruturar esses negócios do ponto de vista da aquisição de equipamentos e outros serviços”, conta Jussara Rocha, sócia da Raízes e coordenadora deste projeto.
A etapa de formação e assessoria possibilitou a troca de saberes entre os consultores da Raízes e os beneficiários, a partir da disponibilização de conteúdos relevantes. Essas ações aconteceram de forma híbrida sendo algumas online e outras presenciais. Em 2023, seguimos apoiando os negócios do ano anterior e entramos com um novo edital seletivo para mais sete pequenos negócios femininos.
Segunda fase: Transformação Social
A segunda fase do projeto aconteceu de forma totalmente presencial, o propósito foi dar continuidade ao trabalho desenvolvido na primeira fase, com ações de fortalecimento ao empreendedorismo feminino e a Associação Comunitária. Fizemos encontros coletivos de formação e assessorias individuais que ampliaram os temas relacionados à estruturação dos negócios. Entre eles: atitudes empreendedoras, modelagem e análise do negócio, gestão financeira, custos e precificação e produtividade, e comercialização.
“O grande ganho desse projeto foi emocional, ganhos pessoais, de como essas mulheres lidam com as coisas, de tomar melhores decisões, de entender melhor o negócio, entender o negócio na sua vida e, com isso, ter mais certeza. Então trazer essa clareza pra elas foi muito legal”, contou Maria Cavalcanti, gestora do projeto pela Raízes.
A escuta ativa foi de extrema importância na realização desse projeto. Gerou dados de realidade e qualitativos que nortearam um trabalho de investimento social mais assertivo, além de nos orientar acerca da realidade social dessa comunidade.
A perspectiva das beneficiárias nos trouxe luz em relação ao que elas precisavam. E durante o trabalho nesse projeto percebemos que elas acabaram melhorando a autoestima, a qualidade de vida, além de melhorar a valorização perante as famílias e a comunidade.
Como dizem, “isso não tem preço”.
Mesmo um pouco mais de longe agora, desejamos acompanhar o sucesso e o impacto dessa iniciativa na vida dessas empreendedoras.