“Acho muito bacana poder dividir com as pessoas a minha experiência de ter uma empresa enquanto uma pessoa preta e também de ouvir de outras pessoas as suas experiências”. Essas são palavras de João Paulo de Sousa, empreendedor da A João desde 2017, estilista de moda agênero, que participou da 33ª Semana da Consciência Negra de Itabirito.
Ao lado de Jorge Black, da Casa de Pedra, espaço de eventos da cidade, e outros participantes, eles integraram uma mesa sobre empreendedorismo negro. Ambos fazem parte da “Rede Criativa de Itabirito”.
A “Rede Criativa de Itabirito”
A “Rede Criativa de Itabirito” (entre aspas por ser um nome provisório ainda) é um coletivo que reúne todos os participantes do Projeto de Desenvolvimento Territorial e Transformação Social que temos desenvolvido no território. Essa iniciativa no interior de Minas Gerais é uma idealização da Vale com execução estratégica da Raízes.
A formação dessa rede sempre foi um dos resultados pretendidos, porque ela visa conectar todo esse ecossistema criativo, essa potência cultural de Itabirito, com a gastronomia e os empreendimentos agroecológicos sustentáveis. O objetivo é reposicionar Itabirito como cidade criativa e, como consequência, fazer isso reverberar para outros horizontes além de gerar um senso de pertencimento cada vez mais fortalecido na cidade.
Entendemos que a criatividade e a cultura são muito além de entretenimento: são nutrição para a alma, potência para a inteligência coletiva, espaço de mostrar a importância de tudo aquilo que o ser humano é capaz de criar. É mostrar que as identidades artísticas, coletivas e individuais, quando juntas, somadas, se transformam numa potência incrível!
“Com relação ao processo da Raízes, tem sido de extrema importância porque como sou eu que faço praticamente tudo na minha marca, então a gente não tem muito tempo de parar e analisar questões que são fundamentais. A gente acaba desenvolvendo umas coisas e deixando outras de lado. Então, esse processo que tem acontecido com a Raízes tem sido bastante interessante que é pra parar, olhar e tentar estruturar a A João da melhor maneira possível para enfrentar os desafios do mercado. (…)
Em relação à coletividade, eu acho que é de extrema importância. Tem possibilidades de muitos ganhos e conseguir resultados melhores, porque, sobre essa questão de que um apoia o outro, um pode trocar experiência com o outro. Por exemplo, até mesmo na aquisição de material. Conseguimos ter melhores resultados porque tem ali com quem trocar uma informação, com quem perguntar algumas questões. Acho que isso fortalece o empreendimento, o comércio todos os envolvidos – desde os empreendedores até as pessoas que vão consumir esse produto tendem a ganhar porque você consegue melhorar todos os processos da cadeia de produção”, conta João.
A rede vai ter um nome. Estamos, nesse momento, criando uma proposta de valor. Já fizemos a modelagem da rede e agora vamos partir para essa questão da identidade, para gerar uma marca, trabalhar em canais de comunicação e gerar visibilidade. Assim, como consequência, buscamos atrair visitantes, novos consumidores, novas possibilidades de contato para os criadores. Esse é um grande mobilizador e dinamizador da economia local.
Próximas etapas do Projeto de Desenvolvimento Territorial e Transformação Social
Já que esse projeto tem a intenção de plantar uma semente bem plantada, em solo fértil, para que essa cidade olhe pra frente e para o seu futuro sem pensar só em mineração, trabalhar a economia da cultura associada ao turismo é fundamental. Por isso, quando ela conecta todos os 49 participantes desse projeto – que são: grupos musicais, músicos individuais, atores, atrizes, grupos de teatro, chefs de cozinhas, confeiteiros, designers de moda, operadores de passeios turísticos, hotéis, associações comunitárias, ceramistas, artistas plásticos, cantores dos mais diversos gêneros –, ela amplia a voz dessa cidade literalmente, expande a sua imagem e isso reposiciona a cidade como criativa.
“Essa cidade é tão especial, tem um capital social tão elevado e pessoas tão engajadas, que a rede começou a se formar antes mesmo da gente trabalhar com esse viés metodologicamente. Organicamente, os próprios participantes do projeto começaram a demonstrar o interesse de se integrar e essa rede foi se constituindo, foi se formando. Agora, estamos nesse momento de estruturar e gerar um negócio social coletivo. Não sabemos qual vai ser o futuro, só temos certeza de que será promissor! Se o céu é o limite, acho que os anjos estão tocando arpas para essa rede”, conta Jussara Rocha, uma das coordenadoras do projeto pela Raízes.
No dia 13 de dezembro, faremos um workshop com o tema “Criando Experiências Criativas Integradas”. A partir dele, vamos gerar um cardápio de serviços e produtos, integrando todas as iniciativas para que isso seja divulgado nas vitrines dos operadores de turismo, para os produtores culturais etc. E no dia 19 acontece o lançamento oficial no próprio município, com programação cultural incrível e extensa, aberta ao público, e com a participação de todos os membros. Em breve, contamos mais detalhes por aqui. Acompanhe nas nossas mídias sociais!