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Com vida e arte: como o artesanato brasileiro mantém a renda de mulheres

Que tal apoiar as mulheres do artesanato brasileiro? Aqui na Raízes Desenvolvimento Sustentável tomamos a iniciativa de criar a campanha “Com vida e arte”. O intuito é dar visibilidade a três iniciativas de mulheres artesãs em Minas Gerais com as quais a Raízes atua nesse momento. Mas a proposta se estende para refletirmos sobre as condições de artesãos e pequenos empreendedores por todo o Brasil.

A campanha #ComVidaeArte vai de encontro com a proposta do #CompredoPequeno, por exemplo. Muitas vezes esses grupos já vivem em situação de vulnerabilidade, ou dependem dessa única fonte de renda, ou ainda usam o trabalho manual como uma fonte de renda familiar extra. Elas e eles são os mais prejudicados nesse momento de incertezas por conta da onda no novo coronavírus, pandemia que se alastra pelo Brasil e pelo mundo.

Por isso, quisemos reunir esses grupos para apresentar essas mulheres incríveis e seus produtos de artesanato brasileiro aos nossos parceiros, amigos e suas redes, pra que quem possa contribuir com uma compra para presentear alguém especial, sabendo que estão diretamente ajudando essas pessoas. Conhece-as a seguir.

Dando cores ao mundo com as mãos

“Carga
e cangalhas
dormem solidariamente com os tropeiros.

Homens arreios mercadorias
não se distinguem um dos outros, confluídos
no bloco noturno sem estrelas:
viagem dormindo”.

Esse poema, Rancho, do também itabirano Carlos Drummond de Andrade inspirou as mulheres de Ipoema a criarem um lindo bordado coletivo. Essas foram as primeiras etapas de um encontro que tem gerado lindos frutos. Pense em bordados criativos e carregados de identidade, totalmente feitos com as mãos! É assim o trabalho das Bordadeiras de Ipoema, que começaram numa ação em parceria com uma linha de produtos das Flores do Carmo (que falaremos abaixo) e depois ganharam o seu próprio projeto, apoiadas pela Fundação Vale.

O artesanato, na maioria das vezes, é comercializado através de feiras e outros eventos com grande público. Mas devido às medidas de combate ao novo coronavírus, grande parte das ações que aconteceriam esse ano (inclusive a inauguração da loja própria na Pousada do Quadrado) foram canceladas e assim as oportunidades de comercialização dos produtos.

 

Entre esses três projetos As Flores do Carmo são as que acompanhamos há mais tempo. E foi lindo de ver a evolução dessas mulheres! O que começou quase do zero – já que afinal elas tinham a sua produção tecelã – de pouco a pouco foi tomando corpo e identidade.

Hoje elas entendem a força da coletividade, já participaram de dezenas de feiras, mantêm um site e-commerce com a manutenção regular e controle de pedidos, fazem a gestão de seus negócios das mídias sociais do grupo, estão sempre em contato entre si e conosco, dispostas a fazer a diferença.

Apesar das adversidades as tecelãs continuam produzindo – agora apenas duas por vez e com máscara na tecelagem – e estão a ponto de lançar novos produtos de inverno. Vale a pena acompanhar e prestigiar esse trabalho feito com tanto carinho e cuidado!

 

“Além do meu trabalho ser reconhecido e eu espero que seja, contudo, eu não quero só passar pelo mundo, quero deixar uma marca registrada e mesmo quando minhas mãos não puderem mais trabalhar, o meu trabalho vai ficar marcado no coração de muitas pessoas”. Essas lindas palavras são de Rogéria Borges, que faz parte de um grupo de mulheres artesãs de Periquito, Minas Gerais.

O grupo foi selecionado por um projeto nosso em parceria com a Fundação Vale para receber orientação e capacitação para a geração de renda. Elas vivem de tecer e vender na beira da estrada tapetes artesanais de malha. Mas antes esse ciclo de produção e venda acabava levando essas mulheres a uma rotina exaustiva e com a remuneração abaixo do esperado.

Com o trabalho que estamos realizando pouco a pouco, muitas coisas foram mudando, inclusive no controle financeiro, gestão de tarefas e autoestima, elas contam. “O projeto foi o que aconteceu de melhor na minha vida. Representa muitas mudanças! Vejo o meu trabalho de outra maneira, mudei muitos hábitos: organização, anotações, usar o que eu registrava que antes eu não usava. Sei que consigo melhorar o meu trabalho”, diz Elaine Oliveira.

A realidade desse é a mesma dos outros dois coletivos: com a onda do COVID-19 os pedidos caíram e comprometeram a renda de todas.

 

Formas de apoiar

O que essas mulheres têm em comum? A valorização do artesanato brasileiro, seu uso como forma de expressão e fonte de renda. Além da escolha pelo trabalho em coletivo na busca de fortalecimento das suas próprias potencialidades e superação das adversidades.

Se você quer fazer a diferença, para começar, curta o perfil de cada uma delas, acompanhe as publicações pelas mídias sociais e compartilhe com outras pessoas. Compre um dos lindos produtos disponíveis ou encomende algo sob medida para você! Nos próximos dias estaremos compartilhando mais sobre os produtos fantásticos que elas criam 😊

Seu apoio e visibilidade fazem toda a diferença!