“Dar ou adquirir poder ou mais poder”. Essa é a definição de “empoderar”, de acordo com o dicionário Michaelis. Logo, “empoderamento” é, então, “o ato ou efeito de empoderar ou empoderar-se”. Falaremos aqui sobre o empoderamento de comunidades, que é nada mais que dar poder a essas pessoas por meio de ações e projetos.
Para começar do começo, como dizem – com o perdão da redundância – ao final desse artigo você não vai ter a chave do empoderamento. Mas… terá, sim, uma luz para te guiar o caminho.
Se você é uma empresa, Fundação, Instituto, ou seja o que for, o importante mesmo e essencial do começo ao fim é ter uma equipe, ou até mesmo um parceiro, uma consultoria especializada, que auxilie e bote em prática esse processo com conhecimento. Isso fará com que cada detalhe seja mais efetivo.
1 – Entenda o que você/sua empresa precisa
Como na vida, o autoquestionamento deve ser constante, ainda que as respostas não sejam imediatas ou mesmo nunca cheguem. Quando falamos em projetos de empoderamento, ter uma série de perguntas em mente e ao menos tentar respondê-las te leva a caminhos mais claros para o acerto. Por isso, nessa primeira etapa – e mesmo ao longo das próximas – perguntas sempre existirão. Nesse, em especial, procure entender:
- O porquê de sua empresa implantar um projeto comunitário
- Qual é a motivação inicial – um problema a resolver, um desejo a realizar
- Qual o propósito com a ação ou em qual causa quero atuar
- Quais devem ser os benefícios para a comunidade e para a empresa
- Quais os objetivos gerais e específicos – de curto e longo prazo
Essas são só algumas das sugestões de reflexão. Mas elas podem ser ilimitadas, desde que o foco não se perca.
2 – Pergunte o que a comunidade do entorno precisa
O item 1 traz uma reflexão mais interna na empresa. Uma tentativa de autoconhecimento. Neste caso, o negócio “sou eu”, a comunidade é o “outro”. Por isso, agora na etapa 2 é hora de ouvi-lo. É hora de ouvir o outro. Será que o que você espera ou imagina que sejam necessidades dele é o que ele realmente precisa? Nada melhor que perguntar para saber, não é mesmo?
Busque compreender:
- Quais são as necessidades básicas daquela comunidade
- Quais são as dificuldades que a região enfrenta e que se beneficiariam de um investimento privado
- O que a população deseja para permanecer e ser mais feliz naquela região
- O que a comunidade pensa/espera da empresa
- O que pode contribuir com o desenvolvimento local
- Qual a história e a cultura local e como esses fatores podem influenciar ações e projetos que beneficiem os moradores e o entorno
Da mesma maneira que a primeira série de questionamentos, a possibilidade de perguntas pode ser ilimitada. Vale uma curadoria e orientação para o melhor tipo de pesquisa a ser feito e como, pois a metodologia deve se adequar a cada território e realidade.
3 – Entenda onde estão (ou não) as interseções
Depois de encontradas as respostas do item 1 e 2 é hora de encontrar as interseções entre ambos interesses, tanto da empresa quanto da comunidade. Isso inclui também aspectos financeiros. O quanto o negócio tem a investir normalmente é determinado mesmo antes de saber o que fazer, afinal sabemos que muitas vezes é o bolso quem manda. Por isso, é necessário entender se o que a comunidade demanda e necessita está de acordo com o que a empresa tem disponível. E, a partir daí, fazer os necessários ajustes.
Mas as interseções podem ser as mais variadas possíveis. Se a comunidade pede ou carece de educação, por exemplo, a empresa pode desenvolver cursos técnicos que futuramente irão inclusive beneficiá-la com colaboradores ainda mais capacitados. Se for um projeto de artesanato, a empresa poderá doar resíduos para produção das peças e, ao mesmo tempo em que oferta um projeto de geração de renda, realizaria uma ação de logística reversa de seus produtos ou otimização do seu processo produtivo. Se for um projeto de empoderamento através do turismo comunitário, ela dará autonomia financeira para as famílias anfitriãs, gerando renda e desenvolvendo a economia, dando movimento e valorização para a região.
Empreendedores de outras áreas como alimentação, transporte etc., também serão beneficiados. Neste caso, o projeto social pode incluir, por exemplo, oficinas e workshops para preparar todos os setores envolvidos.
Esses são só alguns exemplos de empoderamento. E como dizem com a gentileza, acontece também com ele: “empoderamento gera empoderamento”.
4 – Parta para a ação
Levantadas as reflexões, nada melhor que partir para a ação e ver o projeto acontecer! O resultado que vem depois, então… ah, essa é a melhor parte!
Mas como já falamos antes, tudo isso precisa de estrutura para acontecer, cada uma dessas etapas é fundamental para a criação de um projeto ganha-ganha para todas as partes. Realizando-as de forma criteriosa crescem muito as chances de realizar um investimento social privado assertivo que valorize a empresa, seus produtos e seus colaboradores e a aproxime do território em que está inserida e/ou do seu consumidor. Esse sucesso chega também para os beneficiários que terão a chance de receber o que realmente precisam. Nos casos em que a população co-cria o projeto, a co-responsabilização faz com que os frutos continuem sendo colhidos mesmo depois do fim dos investimentos. E essa parte 4, que seria a parte 1 de um projeto “de cima para baixo” e sem estratégia (que infelizmente existem aos montes) é o detalhamento de todo o caminho que levará de A (situação atual) a B (situação desejada).
Mas como o intuito era apenas mostrar como funciona o início do processo de empoderamento de uma comunidade, estão aí nossas dicas. Se precisar de nossas práticas, não deixe de nos contatar! Quer trocar mais figurinhas ou tem tópicos a acrescentar? Mande também seus comentários e até a próxima!