
Entre as montanhas da Mantiqueira, no município de Maria da Fé, em Minas Gerais, nasceu a Oficina Gente de Fibra. Este é um coletivo que há mais de duas décadas transforma o que a natureza oferece em arte, renda e pertencimento. Desde o início, em 1998, o grupo mostra que o artesanato pode ser uma poderosa ferramenta de desenvolvimento local, unindo saberes tradicionais, inovação e compromisso com o meio ambiente.
Muito antes de se falar em economia circular, as artesãs e artesãos do Gente de Fibra já reaproveitavam o que a terra deixava: a fibra do tronco da bananeira e o papelão descartado. Desses materiais, que simbolizam resistência e renascimento, nasciam peças cheias de identidade, revelando uma comunidade que sempre compreendeu o valor de produzir de forma consciente, sustentável e conectada ao seu território.
Agora, ao encerrar o projeto “Oficina Gente de Fibra – Cocriando o Futuro”, realizado entre 2024 e 2025 com o apoio do SEBRAE Minas e parceria da Prefeitura de Maria da Fé, o grupo celebra o fechamento de um ciclo de fortalecimento e aprendizado que reafirma sua importância no cenário do artesanato sustentável brasileiro.
Reposicionando o presente para tecer o futuro
O projeto representou um momento de virada para a cooperativa. Por meio de um trabalho colaborativo, o grupo revisitou sua trajetória, redefiniu estratégias e construiu uma visão de futuro mais sólida e alinhada ao seu propósito. O processo envolveu o fortalecimento da governança, a melhoria da gestão e o reposicionamento estratégico da marca, abrindo caminho para novas oportunidades e mercados.
Dessa jornada nasceu a Coleção Origem, inspirada pelas montanhas de Maria da Fé, pelas conversas ao pé do fogão de lenha e pela fé que dá nome ao município. Cada peça traduz a essência do território, unindo memória, sustentabilidade e inovação. Mais do que um novo portfólio, a coleção simboliza o renascimento de uma identidade artesanal que se mantém viva e atual.
Com a nova marca, o catálogo e a ampliação da presença digital, a Gente de Fibra se fortaleceu institucionalmente, ampliando o engajamento, os parceiros comerciais e as receitas do negócio — resultados que mostram a potência de um grupo que segue evoluindo sem perder o vínculo com suas origens.
Um encerramento que é também um recomeço
O encerramento do projeto marca o fim de uma etapa, mas também o início de uma nova fase de crescimento. A cooperativa sai mais preparada, confiante e conectada com as transformações do setor, sem abrir mão daquilo que sempre a guiou: o respeito à natureza, o trabalho coletivo e o orgulho de um fazer que traduz o espírito da região
Em Maria da Fé, a fibra que sustenta o artesanato é também a fibra que move as pessoas — a força de quem cria com propósito, mantendo viva a arte de transformar o tempo, a matéria e a história em futuro.
Assista ao vídeo abaixo e conheça mais sobre essa trajetória inspiradora que reafirma o poder do fazer artesanal como caminho de desenvolvimento sustentável e de conexão.
