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Trem Turístico em SP: estudo avalia viabilidade e impacto no desenvolvimento regional

Trem turístico

Na Raízes Desenvolvimento Sustentável, acreditamos no turismo como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento dos territórios, promovendo a geração de renda, a valorização cultural e a distribuição de oportunidades. Mas para que ele seja de fato sustentável, é essencial que haja planejamento e embasamento. Nesse contexto, estudos de vocação e viabilidade são fundamentais para garantir que novas iniciativas turísticas, como um trem turístico, por exemplo, sejam benéficas e alinhadas com as características locais.

Atualmente, estamos na conclusão de um estudo para a VLI sobre a viabilidade de um trem turístico ligando os municípios paulistas de São João da Boa Vista e Águas da Prata. A proposta visa reativar um trecho ferroviário histórico usado nos últimos anos apenas para transporte de cargas, transformando-o em um atrativo turístico que fortaleça a identidade local e impulsione a economia da região.

Vocações locais e potencial turístico

Águas da Prata é conhecida por suas águas termais e por ser o ponto inicial do Caminho da Fé, uma importante rota de peregrinação até o município de Aparecida. Já São João da Boa Vista possui um rico patrimônio histórico e uma forte ligação com o cultivo do café. 

Além disso, ambos os municípios tiveram papel relevante na Revolução de 1932, deixando marcas que ainda podem ser exploradas turisticamente. Ambos possuem, também, riquezas naturais exploradas em roteiros de aventura e turismo rural pelas rotas vulcânicas. Esses elementos tornam o turismo ferroviário um potencial catalisador de desenvolvimento para diferentes perfis de visitantes, desde os apaixonados por história e ferrovias até grupos pedagógicos, de negócios e da terceira idade.

O trem turístico também pode impulsionar a economia criativa da região, estimulando o artesanato local, a gastronomia típica e a oferta de experiências culturais para os turistas. Com isso, pequenos empreendedores podem se beneficiar diretamente da circulação de visitantes, gerando mais oportunidades de trabalho e fortalecendo a identidade local.

O estudo que conduzimos leva em consideração essas vocações locais, comparações com outros trens turísticos do Brasil e análises estratégicas para garantir que a implementação do projeto traga ganhos reais para o território. Afinal, iniciativas turísticas sem planejamento podem gerar impactos negativos e até comprometer a sustentabilidade econômica e ambiental da região.

Além disso, estamos lidando com um patrimônio ferroviário de grande valor histórico e cultural. A revitalização dessa infraestrutura requer investimentos significativos e, por isso, é essencial garantir sua viabilidade antes da execução. O estudo preliminar não apenas minimiza riscos financeiros, mas também assegura que o projeto seja implementado de forma eficiente e alinhada às diretrizes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que exige esse tipo de análise para novos empreendimentos ferroviários.

Parcerias e o futuro do trem turístico

O projeto foi contratado pela VLI – empresa que atualmente opera o transporte de bauxita na região e prevê uma possível operação do trem turístico por meio da Associação de Preservação das Tradições Ferroviárias (APTF) – e tem participação da Turismo 360 como especialista em turismo para o estudo de vocação.

O papel da Raízes, desde o final do ano passado, tem sido analisar o potencial dessa rota, garantindo que ela possa ser desenvolvida de maneira estruturada e benéfica para todas as partes envolvidas.

Esse é mais um exemplo de como o turismo pode ser um vetor de desenvolvimento, mas que precisa ser pensado de forma estratégica e sustentável. Seguimos com entusiasmo em contribuir para que esse projeto possa se tornar realidade da melhor maneira possível, respeitando o território, sua história e sua vocação econômica e social.