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Turismo: um direito humano praticado direito? Entenda suas contradições

Por 26 de abril de 2018maio 11th, 2018Artigos

De um lado, o turismo traz benefícios incontáveis tanto para o indivíduo quanto para a sociedade. Ele tem o poder de transformar positivamente uma pessoa e por isso é defendido como um direito humano pela Organização Mundial do Turismo (OMT). De outro lado, massivamente, ele causa também muitos impactos negativos pela maneira como que vem sendo estruturado e explorado há anos e anos em alguns destinos ao redor do mundo.  

Em 2015 a OMT anunciou que havia 1 bilhão de turistas viajando internacionalmente. O número impressiona, mas confrontado com a população mundial percebemos que 85% da população ainda é excluída dessa atividade humana tão enriquecedora, mas tão elitista. Fica aí uma das grandes contradições: em um mundo de desigualdades, ele deve ser um direito? 

O tema é tão latente – e urgente – que também virou pauta para o “Seminário Internacional Turismo e Direitos num Mapa de Contradições“, que acontece entre os dias 12 e 13 de Junho em São Paulo, dentro da pauta de comemoração dos 70 anos do SESC – uma das referências não só no Brasil, mas no mundo, de turismo social. 

Outras contradições do turismo apontadas por especialistas, inclusive nós aqui da Raízes, são, por exemplo: 

– O apelido de “indústria sem chaminés” para uma atividade responsável por 5% da emissão de gás carbônico do planeta, segundo a Sustainable Travel;  

– A valorização da cultura local pelo turismo e a expulsão dos moradores locais pela gentrificação; 

– O potencial do Brasil para a atividade turística e o desenvolvimento real na atualidade. 

 

Pensando nessas contradições, os participantes do II Fórum Global sobre Turismo Sustentável – que aconteceu durante o Fórum Social Mundial 2018 – expuseram seus depoimentos no vídeo abaixo, nos quais citam seus incômodos em relação ao tema. Confira:  

 

Como colocado sabiamente pela nossa querida Cida, da Rede Tucum, “o turismo hoje ainda é feito de modo muito insustentável, mas ele podia ser melhor se houvesse mais cautela do empresariado, gerando igualdade, a partilha e a justiça para as comunidades”. Alguém discorda? 

 

Por Mariana Madureira

Ilustração: Elisa Carareto/Reprodução SESC