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Turismo comunitário é resistência. Entenda

Hoje, 30 de maio, é o Dia Nacional da Luta. E por falar nela, associamos o Turismo Comunitário ao tema. Por quê? Participamos na noite de ontem de uma apresentação da disciplina Formação Integrada para Sustentabilidade (FIS) pela graduação do Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Sob o tema ‘Já passou da hora de falarmos de Turismo de Base Comunitária’ a apresentação foi bem-humorada e muito surpreendente. A conclusão que chegaram é que TBC é troca. Mas o que transpareceu em toda a apresentação é que TBC é resistência”, conta Mariana Madureira, diretora e co-fundadora da Raízes.

Logo, luta.

A cada semestre, os alunos regulares podem optar por cursar essa disciplina, cujo tema muda de seis em seis meses. Desta vez, a Raízes foi convidada como uma das empresas parceiras e especialistas no tema Turismo de Base Comunitária (TBC).

 

Problemáticas do Turismo de Base Comunitária

Um ponto interessante que os estudantes levantaram durante o encontro é que ao longo das as entrevistas com pessoas do mercado para criar a campanha, eles ouviram de vários operadores que turismo comunitário “não vende”, não tem apelo comercial. Por isso, precisam “fugir” do termo e falar em ecoturismo, turismo de experiência, turismo social e quaisquer outras nomenclaturas.

Sobre essa problemática comercial, a apresentação incluiu um talk show muito divertido, com entrevista a convidados e um pequeno teatro. Nele, encenaram uma venda cômica da agência “TBC” – satirizando a logo de uma grande agência de turismo de massa – e mostrava as contradições do discurso para um cliente que queria uma experiência autêntica, mas o agente o indicava um resort.

Os universitários refletiram muito sobre cada um dos conceitos citados acima, sugeridos pelos operadores, e viram que nenhum deles reflete a riqueza do Turismo de Base Comunitária (que pode na verdade incluir todos eles), o protagonismo das comunidades, a importância do empoderamento, o papel presente e consciente do turista, a resistência para manutenção de sua cultura, natureza e território.

 

Manifesto pelo turismo no Brasil

Os alunos também apresentaram um manifesto, o qual diz, em um dos trechos:

Um Brasil que precisa de espaço para os encontros e diferentes. Espaços de encontros que suspendam as estruturas de poder historicamente construídas; que reconheçam as desigualdades e a partir delas construam uma possibilidade de troca. Uma troca de diferentes tradições, que quebra o ciclo sistêmico da reprodução de violências. O Brasil que precisa de um novo paradigma de desenvolvimento; que se coloque à favor das identidades marginais do fortalecimento e das culturas tradicionais; de um projeto que incorpore as inúmeras variáveis locais e seus processos de construção e implementação”.

O turismo comunitário tem uma expressão sociopolítica que não cabe em nenhuma dessas outras denominações. E é por isso que passou da hora de falarmos dele!

 

Para esclarecer mais informações, eles prepararam um site e um material em PDF, que você confere por aqui.