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Uma nova economia é possível? Conheça o Movimento 36×36, que acredita que sim

“É hora de reverter a história humana. É hora de as mulheres assumirem a liderança e se tornarem as arquitetas da economia do futuro”. É com esse mote que surgiu o Movimento 36×36, com uma série de ações que têm o objetivo de desenhar e implementar uma nova economia mundial, melhor para todas as pessoas.

O Movimento 36×36 se originou pela percepção de que a humanidade está em uma encruzilhada. Enfrentamos uma pandemia global, crise climática e desigualdade crescente, por consequência do nosso sistema econômico injusto e insustentável. Assim, entende que é impossível resolver essas crises usando o pensamento que as causou em primeiro lugar.

“Precisamos urgentemente de novos pensadores econômicos visionários e agentes de mudança que possam construir uma economia equilibrada que reúna uma diversidade de abordagens e promova o florescimento e o bem-estar humano em um planeta saudável”, explica o site da iniciativa.

Para que tal mudança aconteça, foram selecionadas 36 mulheres de todo o mundo, transformadoras da próxima geração, para desenvolver os pilares do nosso futuro econômico. Entre elas, a cofundadora e diretora da Raízes Desenvolvimento Sustentável, Mariana Madureira.

 

Por que 36×36?

A economia dominante está enraizada na nossa cultura e sociedade. Mas você sabia que ela foi estrategicamente pensada e formulada por um grupo? A atual “história” neoliberal começou a ser criada em 1947 em um resort suíço chamado Mont Pelerin.

Ali se reuniu um grupo formado por economistas predominantemente ocidentais do sexo masculino para pensar e debater questões econômicas. Eles criaram uma rede que se autodenominou Sociedade de Mont Pelerin. E conseguiram emplacar membros como consultores de Chefes de Estado relevantes, entre eles Ronald Reagan, Margaret Thatcher e Angela Merkel.

Criaram ainda a Escola de Chicago e disseminaram globalmente muitos dos valores e ideias neoliberais que predominam hoje. O papel principal nesta disseminação e estabelecimento foi desempenhado por 34 homens e apenas duas mulheres, agindo poderosamente como uma rede global de influenciadores.

O paradigma econômico foi criado, em partes, por esses 36. Agora, é hora de gerarmos um novo olhar mais sustentável para o mundo. O Well Being Institute, The Schumacher Institute e The Collective Leadreship Institute acreditam que essa nova economia é baseada nos valores femininos e, por isso, criaram esse movimento.

 

Como tudo deve acontecer

Durante um período de nove meses, o grupo de 36 mulheres vai receber uma qualificação orientada para gerar “Estratégias de Mudança Transformadoras” para uma nova economia com base no Collective Leadership Compass.

O programa inclui uma certificação reconhecida. Elas terão apoio acadêmico para explorar novas abordagens econômicas como economia circular, economia do cuidado, capitalismo regenerativo, economia do bem-estar, dentre muitas outras com orientação de especialistas experientes.

O processo coletivo on-line e off-line é baseado na construção de expertise, networking, intercâmbio, aprendizagem, influência, criação de estratégias e a implementação de um manifesto global. Tudo isso com o objetivo de construir uma rede para a mudança econômica transformadora.

Um encontro está planejado na Suécia para o final de setembro deste ano. O manifesto deve ser lançado oficialmente em outubro de 2021, por uma nova arquitetura econômica em prol do bem-estar em um planeta saudável.

 

Vamos juntos por uma nova economia?