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Impacto social: como gerar, medir e mostrar em um Cafezim especial com a Raízes

Canto dos pássaros, a batida das mangas caindo do pé, flores ao vento e até alguns insetos exóticos circulando ao nosso redor. Tem horas que a gente desacredita estar na maior capital da América Latina, São Paulo. Apesar da temperatura mais amena que faz na cidade – atípica para essa época do ano em que se aproxima o verão – a nossa manhã e o início da tarde foram calorosos na última segunda-feira, 26, na sede da Raízes, em Perdizes, Região Oeste da capital. Celebramos mais um ano do nosso negócio e conversamos sobre “Impacto social: como gerar, medir e mostrar”.

Entre as razões para esse acalanto estavam parceiros e amigos com os quais atuamos pelo território brasileiro ao longo do ano, mas que dificilmente reunimos em um só lugar, em uma única ocasião. Mas conseguimos! Além disso, nos suprimos de comidas deliciosas para corpo e para alma, feitas pelas mãos de duas de nossas parceiras em alguns projetos.

Trouxemos pelo feijão tropeiro de Glorinha Honorato, da Sabores do Morro, o gostinho de Minas Gerais, sempre tão presente em nossa vida, bem como na maioria dos nossos projetos. Regina Tchelly, do Favela Orgânica, veio diretamente do Rio de Janeiro para conversar com nossos convidados e mostrar um pouco do seu trabalho incrível com plantações urbanas orgânicas e aproveitamento total dos alimentos. Alimentos esses que abraçam não só o paladar como também o coração.

 

Celebrar é a chave

Celebrar, encontrar, trocar… Juntos, a gente conclui muito mais coisas, co-criando com diálogo. Esse é o jeito Raízes de fazer – e claro que na hora de celebrar também não poderia ser diferente. Por isso dedicamos essas horas ao lado de algumas das pessoas que colaboraram para o muito que foi 2018 em nosso negócio social. Mas não só esse ano como toda a trajetória.

Com a idealizadora da Raízes, Mariana Madureira; a sócia-consultora Jussara Rocha; nossos consultores e colaboradores Lucila Egydio, Felipe França, Maria Luiza Spolaor, Isabela Braichi, Lizandra Barbuto, Tauana Costa e Marina Camargo; Luiza Cardoso, da nossa queridíssima parceira Korui; Flavia Pascowitch, do Sistema B; Paula Arantes, colaboradora do Garupa; a turismóloga Jessica Sakaguchi;  Rafael Andreoni (que produziu vídeos lindos de nossos projetos com sua equipe da Cadenza); além dos nossos parceiros de comunicação e co-working da Seppia e da ABETA, tivemos um bate-papo sobre impacto social: como medir, atuar, mensurar etc.

Ao longo do debate houveram posicionamentos em prol de uma mensuração mais qualitativa dos impactos como “A gente vê a transformação nas pessoas. Subjetivamente elas falam: ‘sou muito mais feliz, não choro mais, minha depressão diminuiu… São elas que nos trazem isso. E acho importante que elas continuem falando, é a forma que temos de mensuração”, dito por Lucila.

Em contrapartida, Felipe e Rafael ressaltaram a importância de ter um resultado quantitativo além do qualitativo. “Em Flores do Carmo, por exemplo, o IDH delas vai mudar. Em Periquito, vai mudar. No Morro D´Água Quente houve uma mudança de IDH. O interessante é perceber, mensurar e fazer a síntese dos dois (quali e quanti), de que a mudança social e de cultura foi realizada ali. Isso inclui políticas econômicas, aceleração do desenvolvimento econômico… medir impacto só menores ou efetivamente como o local foi afetado? Precisamos ir um pouco mais além”, comentou Felipe.

Um pouco antes, exibimos também em primeira mão os vídeos do Projeto Equidade Tecelãs do Carmo, em Minas Gerais, em parceria com a Fundação Vale. E também da última edição do projeto Dona do Meu Fluxo na Amazônia, em parceria com a Korui e apoio da Natura. [Em breve estarão em nosso canal no Youtube! assim como o Cafezim sobre Impacto Social]

 

O fim é só um começo

Assim, compreendemos que a conclusão de um ciclo, como mais um ano que chega ao fim é, na verdade, um começo. Uma pausa para que as coisas, projetos, ações venham com ainda mais fôlego e força, somados a tudo o que precedeu esse momento. E recebemos um depoimento lindo da Jessica, que nos acompanhou no encontro. Vamos aproveitar esse olhar externo e carinhoso para dividir com vocês o que foi o Cafezim e o que tem sido nossa jornada de impacto e aprendizagem:

“Quando à trabalho, temos o costume de achar que as pessoas impactadas são aquelas que consideramos as beneficiárias, e somente elas.  Quando em viagem, achamos que nós estamos sendo impactadas, transformadas. Mas cada uma de nós, com nossas histórias, repertório e bagagem já chega com um ar diferente que sem querer, planta uma sementinha (ou duas). Somos seres humanos, somos diferentes e mudamos todos os dias.

As sementes plantadas pelas consultoras dos projetos também florescem um pouco em cada uma. E assim, suas Raízes se fortalecem. Vocês se nutrem ainda mais dessa força, dessa coragem. Prontas para seguir caminhando e abrindo novos caminhos. Os novos olhares que vocês levam, respeitando as tradições e necessidades locais, geram novas formas de relações interpessoais ali na Amazônia, ali no interior de Minas Gerais. Mas novas formas de se relacionar e outros olhares são levadas para suas casas também.

Então, a relação daquela e desta mulher muda com sua mãe, muda com sua filha, e assim, aos poucos, vemos a mudança de estruturas. Que mudam outras estruturas. Porque aos poucos, tudo aquilo que não vemos, muda também. Não acaba por aqui, porque toda essa história ainda estamos escrevendo. Mas queria que soubessem que essa luz que vocês emanam, reflete em todos nós. E o simples com-tato (como o último Cafezim) já nos inspira.

Força! Vocês não estão sozinhas”.