Falar em ser carbono neutro é falar em compromisso com o clima, com as pessoas e com o futuro. O termo se refere ao equilíbrio entre a quantidade de gases de efeito estufa emitidos por uma atividade e a quantidade compensada ou removida da atmosfera — de forma que o saldo líquido de emissões seja igual a zero. Segundo o Parlamento Europeu (2019) e a ClimatePartner (2023), esse equilíbrio é alcançado por meio de três etapas complementares: medir, reduzir e compensar.
Isso significa, primeiro, mensurar a pegada de carbono, identificando as emissões diretas e indiretas de uma organização, produto ou evento. Em seguida, buscar caminhos concretos para reduzir o que é possível, como investir em eficiência energética, transporte compartilhado e materiais de baixo impacto. Por fim, compensar aquilo que ainda não se pode eliminar, por meio de projetos certificados que removem ou evitam emissões, como reflorestamento, manejo sustentável e tecnologias de captura de carbono (Plan A Earth, 2024; Greenly, 2023).
Na prática, é um investimento no futuro. Assim como se faz na COP30, que acontece agora em Belém, no coração da Amazônia, a compensação de carbono representa uma forma real de enfrentar as mudanças climáticas e os eventos extremos. Cada tonelada de CO₂ compensada é uma espécie de “moeda” investida em projetos que capturam carbono e restauram equilíbrio climático e ecológico. E para as empresas, mais do que um selo, isso é um dever ético: reduzir o máximo possível e compensar o que ainda não é possível reduzir.
O caminho da Raízes rumo à neutralização
Na Raízes Desenvolvimento Sustentável, a sustentabilidade sempre foi um princípio fundador — uma raiz, como o próprio nome anuncia. Desde o início, buscamos construir projetos com baixo impacto ambiental e estimular que os beneficiários e clientes também adotassem práticas mais responsáveis.
Essa visão não nasceu de uma demanda recente: faz parte da nossa essência. Ao longo dos anos, procuramos atuar e participar de eventos onde houvesse neutralização de carbono, inicialmente por meio do plantio de árvores.
Com o tempo, percebemos que essa compensação precisava ser feita de forma mais consistente: não bastava plantar, era preciso garantir que as árvores crescessem e capturassem efetivamente o carbono. Assim, passamos a firmar parcerias com iniciativas que realizam plantio e monitoramento contínuo, como a Juçaí e, posteriormente, o CO₂ Legal, valorizando projetos que garantem rastreabilidade e resultados reais.
Essa busca por aprimoramento também reflete nossa trajetória no Sistema B. Fomos uma das primeiras empresas brasileiras certificadas, entre as cinco iniciais, e crescemos junto com o próprio movimento. Assim como o Sistema B vem amadurecendo seus indicadores de impacto, a Raízes também foi revisitando suas métricas, aprendendo e evoluindo com base nesse processo de retroalimentação.
Ao longo dessa jornada, identificamos a necessidade de fortalecer nossos indicadores ambientais. E foi a partir dessa percepção que demos mais um passo. Em 2025, contratamos a empresa Eccaplan para realizar um inventário de emissões de forma mais estruturada e transparente a respeito de nossas emissões de 2024. Esse processo nos permitiu mensurar nossas emissões com precisão, compensar de maneira rastreável e investir em um projeto certificado de neutralização de carbono.
O resultado é um selo de carbono neutro que permite que qualquer pessoa possa verificar onde e como os recursos foram aplicados. Essa conquista marca uma nova etapa do nosso amadurecimento: seguimos comprometidas com a redução de emissões, a rastreabilidade das compensações e a transparência das nossas ações.
Nossos próximos passos
Esse é apenas o começo de um novo ciclo. Em breve, vamos compartilhar mais detalhes sobre o processo de neutralização da Raízes, o projeto apoiado e os resultados dessa parceria com a Eccaplan. Nosso objetivo é ampliar o olhar sobre impacto climático, engajar nossas redes e inspirar outras organizações a trilhar o mesmo caminho, com seriedade, rastreabilidade e propósito.
Ser carbono neutro, para nós, é mais do que uma certificação. É uma forma de honrar as nossas raízes, proteger o presente e continuar plantando futuros possíveis.
