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O que acontece quando você dá voz a uma mulher

Desenvolvimento local. Soluções para a comunidade. Mais lucros para as empresas. Diálogo social. Criatividade para novos negócios. Empatia. Gestão de conflitos. Adaptabilidade. Revolução. Essas são algumas das incontáveis coisas que acontecem quando você dá voz a uma mulher. (Apontamos alguns desses dados em uma de nossas notícias).  E falamos com a credibilidade de quem atua há mais de 10 anos com projetos quase sempre – mas não só – voltados ao empoderamento feminino. E que bom podermos falar sobre isso!

Na última segunda-feira, dia 25, a pré-candidata à presidência do Brasil, Manuela D’Ávila, do PCdoB, foi entrevista pelo Roda Viva, da TV Cultura. O programa jornalístico, que está há mais de 30 anos no ar, é um “espaço plural, para a apresentação de ideias, conceitos e análises sobre temas de interesse da população, sob o ponto de vista de personalidades notórias”, como define o site oficial.

Mas acontece que nessa semana ele ganhou ainda mais visibilidade – e críticas – na internet depois de um número recorde de interrupções enquanto um entrevistado falava. Foram mais de 60 vezes. E, desta vez, a deputada estadual Manuela D’Ávila era a pessoa em questão.

Nesse episódio em especial, a bancada também era formada em sua maioria por homens, o que despertou a prática do “Manterrupting” – junção das palavras em inglês man (homem) e interrupting (interrupção). Mas poderia acontecer, e aliás acontece, entre mulheres de classes sociais diferentes também, por exemplo. É possível checar essas informações com uma simples busca no Google. Ou ainda, conferir aqui a entrevista na íntegra e até comparar com edições anteriores.

Mas com tudo isso, a reflexão que queremos trazer aqui é:

– Como isso reflete em seu ambiente de trabalho?

– Como você lida com essas situações em suas relações pessoais?

 

Aqui na Raízes, acreditamos que o diálogo é essencial. E OUVIR é uma das principais premissas de um projeto, especialmente com embasamento social. Ouvir em primeiro lugar. Ouvir para gerar algo realmente transformador.

Como aprendemos na CNV (Comunicação não-violenta), ouvir é diferente de escutar. Não basta fazer silêncio e aguardar o fim da fala de alguém – que é o mínimo que a boa educação pede, mas vemos casos como o de Manuela em que isso não acontece – é preciso estar aberto para receber a mensagem do outro. Só assim se pode refletir e construir um diálogo a partir do que o outro traz. Muitas pessoas aguardam em silêncio enquanto pensam no que vão dizer em seguida, sem realmente ouvir o que está sendo dito. Isso cria um monólogo entre duas ou várias pessoas. As falas não se somam. Não há construção conjunta de conhecimento.

Aqui na Raízes Investigamos dados secundários, realizamos pesquisas presenciais e remotas, entrevistas, visitas de campo, rodas de conversa, buscamos bancos de imagens, mapas, relatórios, estatísticas oficiais e outras fontes que nos permitam aproximar e compreender melhor o lugar e as pessoas. E assim, podemos afirmar: quando você dá voz a uma mulher, coisas transformadoras acontecem.