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Projetos de sustentabilidade: como a Fundação Toyota readequou um de seus investimentos socioambientais

Thais Bleinroth Guedes (à esquerda) ao lado de Neiva Guedes.

Thais Bleinroth Guedes (à esquerda) ao lado de Neiva Guedes.

Foto: Rafael Munhoz.

 

Foi em 2013 que iniciamos uma série de ações para apoiar a Fundação Toyota no suporte a uma das iniciativas ambientais mais lindas do Brasil, o Instituto Arara Azul. Localizado no Pantanal sul-mato-grossense, ele promove a conservação da arara-azul, da biodiversidade e do Pantanal como um todo, por meio do envolvimento e da conscientização das pessoas para a utilização racional dos recursos naturais.

Naquele ano, a nossa consultoria foi contratada pela Fundação Toyota, o maior apoiador do Instituto Arara Azul, para realizar um planejamento estratégico, que incluía a gestão do Centro de Sustentabilidade em construção em Campo Grande (MS). Fizemos um fortalecimento institucional e planejamento estratégico junto ao Instituto Arara Azul, que depois foi executado internamente.

Mas agora, cinco anos depois, queríamos saber como anda e fomos conversar com a Thais Bleinroth Guedes, coordenadora de projetos de Responsabilidade Social da Fundação Toyota, que acompanhou todo o processo de implantação e permanece dando todo o apoio à equipe.

 

RAÍZES: Thaís, como foi a implementação do projeto, especialmente o novo Centro de Sustentabilidade?

THAIS: O projeto Arara Azul começou a ser apoiado em uma época na qual a Responsabilidade Social não estava tão em alta. E com a criação da Fundação (Toyota), em 2009, entrou um outro conceito de ampliar os apoios, não só no aspecto logístico.

O que verificamos era que o projeto em si no campo da Biologia, a análise, ia muito bem. Mas faltava a visão mais administrativa do Instituto. Tínhamos receio de que se acontecesse alguma coisa, uma crise, etc., e a Toyota parasse de dar apoio, o projeto acabasse.

Desde então a Fundação também começou a abraçar outros projetos sempre visando dar sustentabilidade, praticidade. A visão da Fundação é dar um apoio que dê retorno para que a entidade vá buscar uma forma de sobreviver por si só, e que não seja só por meio do apoio.

Foi nessa época que, conversando com a bióloga Neiva Guedes, achamos que seria legal contratar uma consultoria para dar essa visão do que poderia ser mudado nessa parte administrativa. A Neiva não conseguia se dividir tanto. A parte da pesquisa de campo tomava muito dela. Foi então que nasceu o mapeamento estratégico. A gente tinha até um dilema que era continuar com a Raízes ou ter uma pessoa lá dentro. Optamos pela pessoa por ser mais fácil, por estar lá.

Durante o período da consultoria, estávamos construindo sede em Campo Grande. Porque, apesar dos projetos do Instituto Arara Azul terem uma proporção enorme, ele não tinha sede para receber estudantes, biólogos e turistas para conhecerem o projeto na cidade, só no pantanal. Então, essa extensão combinou com o plano estratégico.

 

R: E o plano foi útil? Vocês mantêm as iniciativas até hoje? O que mudou?

T: Até hoje estamos seguindo. Foram criadas várias políticas de patrocínio, de produtos, turismo… A gente conseguiu colocar diretrizes no papel, quais tipos de atividades, além da política de planejamento estratégico.

Disso nasceram também as políticas de patrocínio, campanhas, o produto do Instituto, seguimos fazendo algumas outras coisas citadas no plano, oferecendo cursos e várias outras linhas. Algumas atividades ainda não são feitas à fundo, porque a equipe é enxuta. Mas a consultoria deu base para que toda essa parte de captação e administração do Instituto fosse arrumada.  

 

R: E hoje vocês têm algum grande desafio?

T: Hoje, o nosso maior desafio com relação ao Instituto Arara Azul deixou de ser a administração, mas é a conservação do Instituto. O nosso desafio interno é a Sustentabilidade dele, dar base para que não dependa somente da doação, que não ela seja o total, seja parte da receita.

Mas houve uma grande mudança de patamar. O Instituto está mais maduro no sentido também do escritório estar funcionando. Por isso, o plano estratégico implementado pela Raízes foi muito bem-vindo.

Nós, como Fundação Toyota, não costumamos fazer um apoio pontual, com começo, meio e fim. Queremos sempre que nossos apoios deixem algum legado. Nesse sentido, justamente a organização da  ação com eles. O trabalho da Raízes terminou, mas a gente continua seguindo. Estamos junto com o Instituto no Plano de Sustentabilidade e vendo outras formas que ainda estamos estudando.

Mas continuamos com o desafio de diminuir ao máximo a dependência diversificando  as fontes de receita, incentivando que busquem outros parceiros além da Fundação Toyota.

A Neiva Guedes, responsável pelo Instituto, foi quem acompanhou todo esse processo. E agora ela tem o apoio da Eliza Mense, que divide com ela especialmente os trabalhos com Sustentabilidade e Planejamento (fora muitas outras funções por conta do tamanho enxuto da equipe). Na época, esse foi até um ponto que a Raízes colocou quando fez o plano: descentralizar as funções da Neiva. Por fim, conseguimos fazer essa descentralização e melhorar a parte administrativa.

 

Assim, esperamos que mais e mais ações, projetos e produtos do Instituto tenham visibilidade e sejam promissores. E que, com tudo isso, mais e mais araras possam se reproduzir e perpetuar em um bioma tão rico quanto o brasileiro, especialmente no Pantanal! E que a Fundação Toyota possa continuar contribuindo para que projetos com significado cresçam e perpetuem.